quarta-feira, 23 de maio de 2012

MST e os ovos de tartaruga



















Recebi um email com imagens de pessoas recolhendo ovos de tartaruga, dando a entender que seriam pessoas ligadas ao MST às margens do Rio Solimões.
Fiquei intrigada por dois motivos, o MST tem maior cuidado com a preservação do meio ambiente e quando vi a foto que veio anexada mostrando as ondas do Rio Solimões, pensei, é mais uma da "direitosa" tentando desfazer o Movimento.
Pesquisei sobre o assunto e encontrei a verdade, que transcrevo abaixo:
Coleta de ovos de tartaruga na Costa Rica: vergonha mundial?

Mensagens indignadas percorrem a Internet protestando contra a coleta de ovos de tartaruga na Costa Rica. Deputado federal acha que isso acontece mesmo é no Rio Solimões, no que discordam raivosos ambientalistas que asseguram se tratar de coisa do MST - Movimento dos Sem Terra. Não os da Costa Rica, mas os daqui mesmo do Brasil.
(Ou seria Movimento dos Sem Tartaruga? :)
Difícil de entender. Portanto, vamos por partes.
Na Costa Rica, país da América Central, existe uma praia de nome Ostional. É uma praia pequena, com cerca de um quilômetro de extensão, areias escuras, situada na península de Osa na costa do Pacífico. É para lá que se dirigem, todos os anos, quatro espécies de tartarugas: a Eritmochelys imbricata, a Chelonia agassizzi, a Dermochelys coriacea e a Lepidochelys olivacea.

A finalidade da visita a essa praia é a desova. Algumas delas chegam em pequena quantidade, mas a natureza faz com que as da espécie Lepidochelys olivacea compareçam em grande cópia.
Segundo Anidación de la tortuga lora..., as tartarugas dessa espécie podem chegar a mais de duzentos mil fêmeas num período de arribada.Elas vão chegando e desovando sem a reocupação de perguntar se aquele lugar da areia já se encontra ocupado com ovos de outra tartaruga. Não perguntam, até porque têm dificuldades com a fala, nem tampouco percebem se o lugar já contém ovos de sua irmã ou prima.
Como o trecho de praia é pequeno e as tartarugas, por razões desconhecidas, dão preferência
àquele lugar, o que ocorre é uma grande concentração de ninhos: muitos ovos em pequena faixa de areia.Cada tartaruga pode botar até cem ovos. Milhares de tartarugas, milhares de ninhos, alguns milhões de ovos.
Além do predador homem, que comprometia a vida dos quelonídeos, havia outro problema mais sério: cada vez que o mar trazia uma nova leva de tartarugas, elas remexiam os ninhos deixados pelas que haviam se antecipado na desova. Nesse mexe e remexe, las tortugas recém-chegadas quebravam ovos, desmanchavam os ninhos anteriores deixando tudo numa verdadeira mixórdia.
Em pouco tempo, os ovos quebrados apodreciam e contaminavam os ninhos próximos e a presença de bactérias comprometia, ainda mais, o índice de eclosão e de sobrevivência dos queloninhos.
A destruição atingia até oitenta por cento dos ovos de uma arribada. Preocupado, o governo da Costa Rica criou, em 1983, o Refugio Nacional de Vida Silvestre de Ostional (RNVSO) e um rígido controle de coleta de ovos de tartarugas.Funciona assim: durante as primeiras trinta e seis horas de uma arribada é permitida a coleta de ovos. A partir daí, fica proibida.Na verdade, a coleta é dos ovos que se quebrariam e não iriam produzir filhotes, pois seriam destruídos pelas fêmeas da segunda leva.

Além de se quebrarem, eles se transformariam em focos de contaminação.
Utilizando esse tipo de manejo, os ambientalistas verificaram aumento de até vinte por cento na taxa de eclosão e de nascimento de filhotes.
Conclusão: não se trata de atividade ilegal nem predatória, mas de coleta supervisionada e controlada que trouxe dois resultados visíveis:
- aumento significativo do índice de sobrevivência dos filhotes;
- melhoria nutricional e de renda dos moradores da comunidade sem comprometer o meio ambiente.

Assista a reportagem no link

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