quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sobre o Aborto e a SAúde da Trabalhadora

Acho ótimo este debate virar pauta nacionalmente.
O aborto é tambem uma questão de saúde do trabalhador, ou melhor, da trabalhadora e deveria ser tratado com mais responsabilidade, tanto por gestores quanto por técnicos da área. Quantas mulheres voces acham que já induziram o aborto em função do medo de perder o emprego pelo "simples" fato de estarem grávidas e ouvirem cotidianamente o quanto isso a prejudicará no trabalho?
Deixemos de ser hipócritas, a luta do movimento feminista é garantir que as mulheres que não queiram ter filhos, tenham o direito de serem atendidas pelo SUS e não sofrerem um processo crime em função disto, ou morrerem na mão de um açougueiro ou por hemorragia, chega de promover a industria Cytotec neste país e ficar de olhos fechados a essa violência. Quem tem condições financeiras para pagar uma boa Clínica que realize o aborto, está garantida, quem não tem conta com a sorte.
Duvido que haja uma família neste país que não passou por este dilema "tiro ou não tiro... não era a hora... ", seja mãe, filha, sobrinha, tia, afilhada, amiga...
Mulheres que correm o risco de serem presas se denunciadas, mas os homens que tambem teem responsabilidade sobre este feto, estes são apenas julgadores. Sendo que muitos foram incentivadores.
Discordo quando dizem que o aborto é uma questão de mulher, o aborto é uma questão de saúde pública e como tal tem que ser tratado!
Hipócritas machistas desumanos, estes sim deveriam ser presos cada vez que uma mulher morre ou fica mutilada em função de não ter os cuidados necessários.
Discursos baratos de proteção a vida em função de dogmas... vamos discutir a pedofilia, os estupros de jovens e crianças, a riqueza das igrejas, os terrenos no céu, os engodos, ou calem-se!
Sou a favor do aborto e não descansarei enquanto não for descriminalizado.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sou Militante, sem sonhos não vivo...

Esta no You tube, mas ai vai um trecho do discuso do Presidente do
Uruguai, Jose Pepe Mujica, sobre a militância:

"Que seria deste mundo sem militantes?
Como seria a condição humana se não houvesse militantes?
Não porque os militantes sejam perfeitos, porque tenham sempre a
razão, porque sejam super-homens e não se equivoquem. Não é isso.
É que os militantes não vem para buscar o seu, vem entregar a alma por
um punhado de sonhos.
Ao fim e ao cabo, o progresso da condição humana depende
fundamentalmente de que exista gente que se sinta feliz em gastar sua
vida a serviço do progresso humano.
Ser militante não é carregar uma cruz de sacrifício.
É viver a glória interior de lutar pela liberdade em seu sentido transcendente".

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Votem lá...

Enviei uma proposta para os Embaixadores de Santa Catarina

vota lá...

http://embaixadores.sc/propostas/gostaria-de-ver-implementado-em-nosso-estado-um-programa-para-o-empoderamento-das-mulheres-de-sc

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

*Consolidar a ruptura histórica * - Leonardo Boff

Para mim o significado maior desta eleição é consolidar a ruptura que Lula e o PT instauraram na história política brasileira. Derrotaram as elites econômico-financeiras e seu braço ideológico a grande imprensa comercial. Notoriamente, elas sempre mantiveram o povo à margem da cidadania, feito, na dura linguagem de nosso maior historiador mulato, Capistrano de Abreu,”capado e recapado, sangrado e ressangrado”. Elas estiveram montadas no poder por quase 500 anos. Organizaram o Estado de tal forma que seus privilégios ficassem sempre salvaguardados. Por isso, segundo dados do Banco Mundial, são aquelas que, proporcionalmente, mais acumulam no mundo e se contam, política e socialmente, entre as mais atrasadas e insensíveis. São vinte mil famílias que, mais ou menos, controlam 46% de toda a riqueza nacional, sendo que 1% delas possui 44% de todas as terras. Não admira que estejamos entre os países mais desiguais do mundo, o que equivale dizer, um dos mais injustos e perversos do planeta.

Até a vitória de um filho da pobreza, Lula, a casa grande e a senzala constituíam os gonzos que sustentavam o mundo social das elites. A casa grande não permitia que a senzala descobrisse que a riqueza das elites fôra construída com seu trabalho superexplorado, com seu sangue e suas vidas,
feitas carvão no processo produtivo. Com alianças espertas, embaralhavam diferentemente as cartas para manter sempre o mesmo jogo e, gozadores, repetiam: “façamos nós a revolução antes que o povo a faça”. E a revolução consistia em mudar um pouco para ficar tudo como antes. Destarte, abortavam a emergência de um outro sujeito histórico de poder, capaz de ocupar a cena e inaugurar um tempo moderno e menos excludente. Entretanto, contra sua vontade, irromperam redes de movimentos sociais de resistência e de autonomia. Esse poder social se canalizou em poder político até conquistar o poder de Estado.

Escândalo dos escândalos para as mentes súcubas e alinhadas aos poderes mundiais: um operário, sobrevivente da grande tribulação, representante da cultura popular, um não educado academicamente na escola dos faraós, chegar ao poder central e devolver ao povo o sentimento de dignidade, de força histórica e de ser sujeito de uma democracia republicana, onde “a coisa pública”, o social, a vida lascada do povo ganhasse centralidade. Na linha de Gandhi, Lula anunciou: “não vim para administrar, vim para cuidar; empresa eu administro, um povo vivo e sofrido eu cuido”. Linguagem inaudita e instauradora de um novo tempo na política brasileira. A “Fome Zero”, depois a “Bolsa Família”, o “Crédito consignado”, o “Luz para todos”, a “Minha Casa, minha Vida, a “Agricultura familiar, o “Prouni”, as “Escolas profissionais”, entre outras iniciativas sociais permitiram que a sociedade dos lascados conhecesse o que nunca as elites econômico-financeiras lhes permitiram: um salto de qualidade. Milhões passaram da miséria sofrida à pobreza digna e laboriosa e da pobreza para a classe média. Toda sociedade se mobilizou para melhor.

Mas essa derrota inflingida às elites excludentes e anti-povo, deve ser consolidada nesta eleição por uma vitória convincente para que se configure um “não retorno definitivo” e elas percam a vergonha de se sentirem povo brasileiro assim como é e não como gostariam que fosse. Terminou o longo amanhecer.

Houve três olhares sobre o Brasil. Primeiro, foi visto a partir da praia: os índios assistindo a invasão de suas terras. Segundo, foi visto a partir das caravelas: os portugueses “descobrindo/encobrindo” o Brasil. O terceiro, o Brasil ousou ver-se a si mesmo e aí começou a invenção de uma república mestiça étnica e culturalmente que hoje somos. O Brasil enfrentou ainda quatro duras invasões: a colonização que dizimou os indígenas e introduziu a escravidão; a vinda dos povos novos, os emigrantes europeus que substituíram índios e escravos; a industrialização conservadora de substituição dos anos 30 do século passado, mas que criou um vigoroso mercado interno e, por fim,
a globalização econômico-financeira, inserindo-nos como sócios menores.

Face a esta história tortuosa, o Brasil se mostrou resiliente, quer dizer, enfrentou estas visões e intromissões, conseguindo dar a volta por cima e aprender de suas desgraças. Agora está colhendo os frutos.

Urge derrotar aquelas forças reacionárias que se escondem atrás do candidato da oposição. Não julgo a pessoa, coisa de Deus, mas o que representa como ator social. Celso Furtado, nosso melhor pensador em economia, morreu deixando uma advertência, título de seu livro *A construção interrompida*(1993):”Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta no devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-Nação”(p.35). Estas não podem prevalecer. Temos condições de completar a construção do Brasil, derrotando-as com Lula e as forças que realizarão o sonho de Celso Furtado e o nosso.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Filhos de mulheres vítimas de violência sexual e doméstica poderão ser indenizados pelo Estado.

20.08.2010 –Projeto de Lei (PL) quer obrigar o poder público a pagar indenização aos filhos de mulheres que morrerem vítimas de violência doméstica.

Filhos e dependentes de mulheres que morrerem vítimas de violência sexual ou doméstica poderão ser indenizados pelo Estado. O Projeto de Lei 7441/2010 estabelece que a indenização seja concedida aos casos comprovados da omissão do Estado, quando houver denúncia de ameaça por parte de companheiro ou ex-companheiro, sem ter sido realizada a prisão preventiva.

De acordo com o texto do PL, o Poder Público pagará, a título de compensação por danos morais, o valor de R$ 50 mil reais, acrescida de pensão mensal de R$ 510, corrigidos anualmente, para cobertura de danos materiais. São considerados dependentes os filhos menores de dezoito anos ou absolutamente incapazes.

A autora do projeto, deputada Jô Moraes (PCdoB – MG), acredita que a medida fará justiça às famílias e que o pagamento de indenização e pensão é mais um instrumento legal no combate à violência contra a mulher no Brasil.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

fonte - http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/filhos-de-mulheres-vitimas-de-violencia-sexual-e-domestica-poderao-ser-indenizados-pelo-estado

Tecnologia prolonga jornada de trabalho


Uso de smartphone, iPad, computador portátil e intranet provoca debate sobre efeitos na vida dos trabalhadores
Para economista da PUC-RJ, jornada fora do ambiente do escritório aumenta o bem-estar de profissionais

VERENA FORNETTI


Enquanto amamenta o bebê, Beatriz responde aos e-mails do trabalho.
O marido se aborrece: "Você é explorada". Ela dá de ombros. "Se o trabalho é flexível, posso ficar mais tempo com as crianças." Fora do escritório, a publicitária Beatriz Magalhães, 32, gerente de uma agência em São Paulo, não fica nem meia hora sem acessar a internet no telefone celular.
"Minha caixa de entrada parece um gremlin. Brota e-mail na tela. E é tudo trabalho. Minha vida pessoal não é tão agitada", diverte-se.
Smartphone, iPad, computador portátil e intranets que permitem acessar ambientes corporativos remotamente tornaram-se instrumentos fundamentais para os que têm cargo de liderança, profissionais liberais ou para quem está em ramos em que é preciso estar disponível e ser ágil.
Mas esses "gadgets" -palavra da moda para se referir a esses aparelhos- têm o efeito de prolongar a jornada dos trabalhadores.
Sociólogos e juristas afirmam que essa nova dimensão do trabalho ainda não foi percebida com clareza nem pelas empresas nem pelos profissionais.
"Esse trabalho não é reconhecido, não é remunerado e não há consciência crítica sobre ele", diz Marcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e especialista em políticas de trabalho.
Para Pochmann, o modo como se organiza a jornada de trabalho de profissionais ligados ao conhecimento -que realizam o chamado "trabalho imaterial"- coloca em xeque a legislação.
"Existem doenças que ainda não são percebidas como doenças do trabalho, como a depressão, que são decorrentes desse ritmo frenético."
O economista José Márcio Camargo, professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro, discorda.
Segundo ele, a possibilidade de completar uma parte da jornada fora do escritório aumenta o bem-estar do trabalhador, embora de fato possa elevar também o número de horas dedicadas ao emprego.
"Há efeitos positivos e negativos das novas tecnologias, mas não tenho dúvida de que os efeitos positivos são maiores", diz ele.
Para o pesquisador, seria um "desastre" se a legislação trabalhista limitasse as possibilidades das novas tecnologias. "Nesse caso, o trabalhador e a empresa perderiam toda a liberdade e a flexibilidade."

AÇÕES JUDICIAIS
O juiz do trabalho Wilson Pirotta, titular da 3ª Vara de Guarulhos (SP), relata já ter julgado casos em que funcionários pedem pagamento de hora extra pelo tempo trabalhado via internet. Segundo ele, a reclamação é comum entre empregados de bancos. Pirotta diz que a legislação não faz distinção sobre o lugar em que o trabalho é feito e que as leis atuais podem ser interpretadas a favor dos trabalhadores nesses casos.


Link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2208201005.htm


SE FICAR O DIA INTEIRO "PLUGADO" AS NECESSIDADES DA EMPRESA NÃO FOR TRABALHO COM JORNADA DE 24 HORAS, O QUE SERIA ENTÃO?

LIBERDADE LABORAL APARENTE

Ricardo Antunes: "Se você ganha um equipamento quando entra na empresa, não é a libertação, mas a sua escravização, ainda que digitalizada."

São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010

LIBERDADE LABORAL APARENTE

Aparelhos são "escravização digitalizada", afirma sociólogo

O sociólogo da Unicamp Ricardo Antunes, especializado em relações de trabalho, afirma que a liberdade da jornada à distância é apenas aparente.
"Se você ganha um equipamento quando entra na empresa, não é a libertação, mas a sua escravização, ainda que digitalizada."


Folha - O que muda na relação de trabalho com a extensão digital da jornada?
Ricardo Antunes - O processo combina salto tecnológico com intensificação do trabalho. E com um envolvimento maior do trabalhador.

Com isso, o tempo do trabalho e o tempo do lazer começam a se imiscuir?
Eles se embaralharam completamente. A partir da era digital, o tempo de trabalho e o tempo de não trabalho não estão mais claramente demarcados.
Significa que, estando na empresa ou fora dela, esse mundo digitalizado nos envolve durante as 24 horas [do dia] com o trabalho.

E o que isso muda para o trabalhador?
Ele perde o sentido da vida fora do trabalho. Aumentam os adoecimentos e o estresse. A aparência da liberdade do trabalho em casa é contraditada por um trabalho que se esparrama por todas as horas do dia e da noite.

É viável que se faça a contagem do trabalho imaterial [que produz conhecimento] por horas, como na fábrica?
Não. Mas hoje o controle não é mais por tempo estrito de trabalho, e, sim, por produção. Se não realizou as metas [que eram previstas], você deixa de ser interessante para a empresa.


Link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me2208201008.htm

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Moção de Repúdio contra a ação criminosa da Rede Globo em relação às mulheres que praticam aborto

É “fantástico” como a Rede Globo, ao longo dos últimos anos, tem cumprido um papel de afirmar e incrementar visões conservadoras na sociedade brasileira de forma geral, e de reafirmar a ideia do aborto como assassinato, em particular. As novelas da Globo têm sido o principal instrumento para veicular esta visão de aborto como crime e taxar as mulheres que o praticam de assassinas.
Não bastasse, esta emissora tem também assumido um papel policialesco, ao produzir reportagens para criminalizar e denunciar o aborto clandestino. Não podemos esquecer que o estouro de uma clínica no Mato Grosso do Sul, no final de 2007, que resultou na exposição pública do nome de dez mil mulheres e na condenação de trabalhadoras e de mulheres que fizeram aborto, foi desencadeada a partir da ação desta emissora, após denúncia feita contra a clínica.
A partir deste episódio, tem se desenvolvido no Brasil uma ação sem precedentes de criminalização do aborto. Inclusive com a proposta de uma CPI do aborto, contra a qual os movimentos têm lutado. Sabemos que a Rede Globo não está sozinha. Ela se articula com o setores mais conservadores da sociedade, que reúne parlamentares e igreja católica, com o intuito de retroceder nos poucos avanços que as mulheres conquistaram na área dos direitos reprodutivos.
Neste domingo, 1º de agosto, o programa Fantástico fez uma reportagem no mínimo revoltante. Em uma ação policialesca, entrou em clinicas clandestinas de Salvador, Belém e Rio de Janeiro para denunciar o aborto clandestino. Como sempre, foram expostas as mulheres pobres e as clínicas que atendem mulheres pobres, marcando assim o caráter de classe da criminalização do aborto. Por que não mostrou as clínicas em que as artistas e celebridades da Globo fazem abortos? Por que não mostrou os médicos as atendem? Ficou claro as mulheres ricas e as artistas da globo ficam preservadas, pois para elas o aborto não é problema, e nem é feito nestas clínicas.
Esta atuação da Globo somente reforça a já emblemática situação de criminalização instaurada no país. Sabemos que o aumento da repressão empurra as mulheres pobres para práticas de aborto cada vez mais inseguras, condenando-as a correr graves riscos para suas vidas, e para sua saúde física e psíquica. Além de não contribuir para reduzir este grave problema de saúde pública, alem de demarcar o lugar de subordinação das mulheres, já que elas não têm o direito de decidir sobre seus corpos e suas vidas.
É preciso lembrar sempre que são as mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, as que mais sofrem com a criminalização. São elas que recorrem à clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar para países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas.
Diante de tudo isso, nós, mulheres da Marcha Mundial, vimos a público repudiar esta ação criminosa da Rede Globo contra as mulheres pobres que praticam aborto. Ao invés de punição, nós propomos para o Brasil uma política pública integral de saúde que auxilie mulheres e homens a adotarem um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito. Somente a legalizaçao do aborto no Brasil é capaz de reverter a situação dramática da clandestinidade do aborto, que mata, humilha e pune as mulheres que ousam decidir por suas vidas.
Fazemos coro com os movimentos que lutam pela democratização dos meios de comunicação para dar um basta nesta postura criminosa, reacionária e autoritária da Rede Globo.
Fora Rede Globo! Basta de violência contra a mulher!
Pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

Marcha Mundial das Mulheres

sábado, 31 de julho de 2010

Barco humanitario de mujeres buscará romper cerco a Gaza

Mona Alami
IPS
29/07/10

El "Maryam", un barco de ayuda humanitaria cuya tripulación está integrada completamente por mujeres, se prepara para zarpar del puerto libanés de Trípoli y dirigirse a Gaza en las próximas semanas.


El navío, que intenta romper el cerco israelí sobre ese territorio costero palestino, llevará a unas 50 trabajadoras humanitarias, incluyendo a algunas monjas.

"A todos nos atrajo el proyecto, unidos por un sentimiento de (indignación contra la) descarada injusticia", dijo Samar Hajj, una de las organizadoras del Maryam (versión árabe de "María", la madre de Jesús de Nazaret).

El cerco israelí comenzó en 2006, luego de que el Hamás (acrónimo árabe de Movimiento de Resistencia Islámica) ganara las elecciones legislativas palestinas y luego combatientes islámicos secuestraran en la frontera al soldado israelí Gilad Shalit.

El hermético bloqueo se mantiene con ayuda de Egipto y ha privado a muchos gazatíes de productos básicos.

El viaje del Maryam sin duda añadirá tensión a la región, sobre todo después de que, el 31 de mayo, fuerzas israelíes detuvieran y abordaran en aguas internacionales a la Flotilla Gaza Libre, encabezada por el Mavi Marmaris, de bandera turca, matando a nueve activistas.

Después del ataque, que desató una ola de condenas internacionales a Israel, Hajj se reunió a protestar en el centro de Beirut junto a otras 11 amigas. "Estábamos consternadas por las violentas imágenes que vimos en televisión, y queríamos hacer algo", contó.

Las mujeres luego se contactaron con Yasser Kashlak, sirio de origen palestino que preside el Movimiento Palestina Libre. Kashlak contribuyó a financiar varios navíos que intentaron romper el bloqueo, incluyendo a la Flotilla por la Libertad de Gaza y el Naji al Ali.

"Después del incidente del Mavi Marmaris, una de las mujeres invocó a (la virgen) María en una de nuestras reuniones semanales. Su exclamación fue como una revelación, así que decidimos llamar a nuestro barco Maryam", explicó.

"El nombre era perfecto para un navío integrado sólo por mujeres. ¿Quién podría menospreciar a la virgen María, reconocida santa por la mayoría de las religiones?", preguntó Hajj.

Se prevé que el barco haga una escala en un puerto extranjero antes de acercarse a Israel, debido a la hostilidad entre ese país y Líbano.

El mes pasado, el gobierno de Chipre prohibió que cualquier nave se dirigiera a Gaza desde sus muelles. Pero los activistas todavía pueden zarpar de alguna terminal marítima de la parte de la isla ocupada por Turquía.

"Tenemos la opción de zarpar de varios puertos amigos, y somos completamente concientes de nuestra obligación de hacer una escala en el extranjero para que nuestro viaje no sea considerado un acto de guerra", señaló Hajj.

La activista estima que ha recibido unas 500 solicitudes de personas que desean sumarse al viaje, pero el Maryam sólo puede transportar a unas 50 mujeres, la mitad de las cuales son libanesas y el resto europeas, estadounidenses y de otros países árabes.

"El barco transportará medicamentos contra el cáncer y otros artículos necesarios para mujeres y niños. No vamos a llevar ni armas ni terroristas, más allá de lo que pueda decir el ejército israelí", afirmó Hajj.

Mientras se preparan para zarpar, la base central del Maryam continúa a plena actividad. Mujeres de diferentes contextos, afiliaciones políticas, nacionalidades y confesiones religiones dialogan, discuten y bromean.

"Todas las mujeres que viajarán en el barco han tomado el nombre de Maryam, y se distinguen por un número, como ‘Maryam 1’, ‘Maryam 2’, etcétera. Preferimos mantener en secreto las identidades para evitar presión de las respectivas embajadas", explicó Hajj.

"Maryam 1" es una abogada india de mediana edad, esposa de un almirante. "Soy seguidora de las enseñanzas del (pensador y político indio) Mahatma Gandhi, quien luchó en forma pacífica contra toda forma de opresión a lo largo de su vida. También se opuso a la ocupación de Palestina", señaló.

La abogada explicó que antes de decidir integrar el Maryam estudió las implicancias legales del ataque israelí a la Flotilla Gaza Libre.

"Lo que reveló el ataque al Mavi Marmaris fue que se aplican dos clases de reglas a la humanidad, dependiendo el color de la piel, la raza y la religión del pueblo", afirmó.

Sentada frente a ella estaba "Maryam 2", ex bióloga de descendencia libanesa-armenia. "He seguido de cerca la cuestión palestina y me ha conmovido la flagrante injusticia que sufren los palestinos por parte de los israelíes", indicó.

En las reuniones diarias, "Maryam 2" forjó amistad con mujeres de diferentes contextos, en especial con una periodista turca. Algo llamativo, considerando que Turquía y Armenia han sido naciones rivales desde la masacre de un número indeterminado de armenios bajo el Imperio Otomano entre 1915 y 1917.

"La periodista, que apenas habla inglés, me dijo que sintió que yo había sido enviada por Dios cuando descubrió que podía hablar algo de turco. Aquí en la base de operaciones del Maryam, la nacionalidad y la religión se disuelven detrás de la causa común de romper el cerco a Gaza", afirmó.

Mientras, en Israel, el jefe del Ejército, Gabi Ashkenazi, dijo el 6 de este mes al Comité de Asuntos Exteriores y Defensa de la Knesset (parlamento unicameral) que se debían hacer esfuerzos necesarios para impedir que zarpen más flotillas humanitarias a Gaza.

"Ahora se está organizando una flotilla libanesa con mujeres y parlamentarias. Israel intenta impedirlo en forma abierta y encubierta", señaló.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Odeio os indiferentes.

(11 de Fevereiro de 1917)

Texto retirado do livro Convite à Leitura de Gramsci"


Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.


A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.


A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar.


A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso.


Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis.


Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.


A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.


Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.


Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.



Primeira Edição: La Città Futura, 11-2-1917


Origem da presente Transcrição: Texto retirado do livro Convite à Leitura de Gramsci"


Tradução: Pedro Celso Uchôa Cavalcanti.


Transcrição de: Alexandre Linares para o Marxists Internet Archive


HTML de: Fernando A. S. Araújo



Direitos de Reprodução: Marxists Internet Archive (marxists.org), 2005. A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License
Publicado por Paulo Kautscher em 22 julho 2010 às 13:23 em EDUCAÇÃO

Especial SBPC: Legalização do aborto é questão de saúde pública e direito individual da mulher

À esteira do 3º Programa de Direitos Humanos do Brasil, pesquisadores recolocaram nesta terça, 27/07, na agenda política o tema do aborto como questão de saúde pública e direito individual da mulher. A mesa redonda, realizada no auditório da reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), durante a 62ª reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), produziu um consenso de opiniões dos palestrantes Jefferson Drezett Ferreira, Thomaz Rafael Gollop e Estela Aquino. Apresentados pela pesquisadora Rute M. G. Andrade, da SBPC, eles ofereceram dados e conceitos demonstrando a necessidade urgente da legalização do aborto para que as mulheres brasileiras possam receber um tratamento humanizado na rede hospitalar e fiquem livres da discriminação social a que continuam sendo vítimas por parte da sociedade brasileira. Os pesquisadores consideram inadmissível a interferência das igrejas numa questão que diz respeito “unicamente à individualidade das pessoas”.

A pesquisadora Estela Aquino, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), reivindicou a melhoria e o aperfeiçoamento dos diagnósticos, métodos de pesquisa e levantamento dos dados sobre o aborto no Brasil. “É preciso contextualizar as circunstâncias em que ele acontece. Trata-se de um problema que, embora atinja mais as famílias pobres, afeta todas as classes sociais do país”, assinalou. Defendeu também uma maior segurança da mulher pesquisada e uma efetiva garantia do sigilo ao pesquisador. Lamentou a carência de pesquisas nacionais que contemplem a realidade das periferias e cidades pequenas. Denunciou ainda o tratamento preconceituoso obtido nos hospitais pelas vítimas.

Já o médico Jefferson Drezett, que é ginecologista em São Paulo, sublinhou tratar-se de um falso dilema o debate “contra ou a favor do aborto”. Para ele o importante vai além da discussão ideológica, uma vez que se está diante da violação dos direitos humanos e reprodutivos. O debate, frisa, precisa levar em conta a saúde da mulher, inserindo o aborto como prioridade entre as políticas públicas. “A violência sexual também é uma tragédia na saúde pública”, alertou, após indicar o crescimento assustador do fenômeno no Brasil e no mundo.

Por exemplo, só em São Paulo ocorrem anualmente 42 mil estupros. Acrescentou que a realização do aborto para salvar a vida da mulher é quase consenso na legislação dos países e une a opinião também da maioria dos ginecologistas brasileiros. Citou que 95% dos abortamentos inseguros acontecem nos países em desenvolvimento. No Brasil uma mulher morre a cada dois dias vítima de tratamento em ambiente inadequado.

O médico Rafael Gollop, da USP, informou que a discussão em torno do aborto tem ocupado um grupo de trabalho de pesquisadores da SBPC. Ele chamou a atenção para o significado dos números revelados e pediu a atenção de todos para os conceitos correlacionados à polêmica. Alertou que as correntes religiosas têm deformado o debate “sem a mínima noção dos fatos e da realidade do país”. Frisou que é um sofisma dizer que o Brasil não pode mexer na legislação por ser um país católico. Por fim, pediu a mobilização da sociedade brasileira contra o Estatuto do Nascituro que tramita no Congresso, pois “é um retrocesso até mesmo em comparação ao quadro jurídico atual”. Na sua fundamentação a favor da legalização do aborto, socorreu-se em Aristóteles: “direito é atribuir a cada um o que é seu”. A questão da maternidade, conclui, é uma questão afetiva. “Ninguém obriga a maternidade a ninguém”. Fez finalmente uma provocação: “Se o homem engravidasse, a legalização do aborto já seria uma realidade há décadas no Brasil”.

Por Moacir Loth/ Jornalista na Agecom
http://www.agecom.ufsc.br/index.php?id=20151&url=ufsc

terça-feira, 27 de julho de 2010

Um Presente de Saramago

Advinha
Saramago

Quem se dá quem se recusa
Quem procura quem alcança
Quem defende quem acusA
QUEM SE GASTA QUEM DESCANSA

QUEM FAZ NÓS QUEM OS DESATA
QUEM MORRE QUEM RESSUSCITA
QUEM DÁ A VIDA QUEM MATA
QUEM DUVIDA E ACREDITA

Quem afirma quem desdiz
Quem se arrepende quem não
Quem é feliz infeliz
Quem é quem é coração.

A velha mídia está derretendo

Pesquisa aponta que quase 60% das pessoas acham que as notícias veiculadas pela imprensa brasileira são tendenciosas. Oito em cada dez brasileiros acreditam muito pouco ou não acreditam no que a imprensa veicula. Quanto maior o nível de renda e de escolaridade do brasileiro, maior o senso crítico em relação ao que a mídia veicula.
A velha mídia está derretendo

Antonio Lassance*


Como um iceberg a navegar em águas quentes e turbulentas, a velha mídia está derretendo. O mundo está mudando, o Brasil é outro e os brasileiros desenvolvem, aceleradamente, novos hábitos de informação.

Um retrato desse processo pode ser visto na recente pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom-P.R.), destinada a descobrir o que o brasileiro lê, ouve, vê e como analisa os fatos e forma sua opinião.

A pesquisa revelou as dimensões que o iceberg ainda preserva. A televisão e o rádio permanecem como os meios de comunicação mais comuns aos brasileiros. A TV é assistida por 96,6% da população brasileira, e o rádio, por expressivos 80,3%. Os jornais e revistas ficam bem atrás. Cerca de 46% costumam ler jornais, e menos de 35%, revistas. Perto de apenas 11,5% são leitores diários dos jornais tradicionais.

Quanto à internet, os resultados, da forma como estão apresentados, preferiram escolher o lado cheio do copo. Avalia-se que a internet no Brasil segue a tendência de crescimento mundial e já é utilizada por 46,1% da população brasileira. No entanto, é preciso uma avaliação sobre o lado vazio do copo, ou seja, a constatação de que os 53,9% de pessoas que não têm qualquer acesso à internet ainda revelam um quadro de exclusão digital que precisa ser superado. Ponto para o Programa Nacional da Banda Larga, que representa a chance de uma mudança estrutural e definitiva na forma como os brasileiros se informam e comunicam-se.

A internet tem devorado a TV e o rádio com grande apetite. Os conectados já gastam, em média, mais tempo navegando do que em frente à TV ou ao rádio. Esse avanço relaciona-se não apenas a um novo hábito, mas ao crescimento da renda nacional e à incorporação de contingentes populacionais pobres à classe média, que passaram a ter condições de adquirir um computador conectado.

O processo em curso não levará ao desaparecimento da TV, do rádio e da mídia impressa. O que está havendo é que as velhas mídias estão sendo canibalizadas pela internet, que tornou-se a mídia das mídias, uma plataforma capaz de integrar os mais diversos meios e oferecer ao público alternativas flexíveis e novas opções de entretenimento, comunicação pessoal e “autocomunicação de massa”, como diz o espanhol Manuel Castells.

Ainda usando a analogia do iceberg, a internet tem o poder de diluir, para engolir, a velha mídia.

A pesquisa da Secom-P.R. dá uma boa pista sobre o grande sucesso das plataformas eletrônicas das redes sociais. A formação de opinião entre os brasileiros se dá, em grande medida, na interlocução com amigos (70,9%), família (57,7%), colegas de trabalho (27,3%) e de escola (6,9%), o namorado ou namorada (2,5%), a igreja (1,9%), os movimentos sociais (1,8%) e os sindicatos (0,8%). Alerta para movimentos sociais, sindicatos e igrejas: seu “sex appeal” anda mais baixo que o das(os) namoradas(os).

Estes números confirmam estudos de longa data que afirmam que as redes sociais influem mais na formação da opinião do que os meios de comunicação. Por isso, uma informação muitas vezes bombardeada pela mídia demora a cair nas graças ou desgraças da opinião pública: ela depende do filtro excercido pela rede de relações sociais que envolve a vida de qualquer pessoa. Explica também por que algo que a imprensa bombardeia como negativo pode ser visto pela maioria como positivo. A alta popularidade do Governo Lula, diante do longo e pesado cerco midiático, talvez seja o exemplo mais retumbante.

Em suma, o povo não engole tudo o que se despeja sobre ele: mastiga, deglute, digere e muitas vezes cospe conteúdos que não se encaixam em seus valores, sua percepção da realidade e diante de informações que ele consegue por meios próprios e muito mais confiáveis.

É aqui que mora o perigo para a velha mídia. Sua credibilidade está descendo ladeira abaixo. Segundo a citada pesquisa, quase 60% das pessoas acham que as notícias veiculadas pela imprensa são tendenciosas.

Um dado ainda mais grave: 8 em cada 10 brasileiros acreditam muito pouco ou não acreditam no que a imprensa veicula. Quanto maior o nível de renda e de escolaridade do brasileiro (que é o rumo da atual trajetória do país), maior o senso crítico em relação ao que a mídia veicula - ou “inocula”.

A velha mídia está se tornando cada vez mais salgada para o povo. Em dois sentidos: ela pode estar exagerando em conteúdos cada vez mais difíceis de engolir, e as pessoas estão cada vez menos dispostas a comprar conteúdos que podem conseguir de graça, de forma mais simples, e por canais diretos, mais interativos, confiáveis, simpáticos e prazerosos. Num momento em que tudo o que parece sólido se desmancha... na água, quem quiser sobreviver vai ter que trocar as lições de moral pelas explicações didáticas; vai ter que demitir os pit bulls e contratar mais explicadores, humoristas e chargistas. Terá que abandonar o cargo, em que se autoempossou, de superego da República.

Do contrário, obstinados na defesa de seus próprios interesses e na descarga ideológica coletiva de suas raivas particulares, alguns dos mais tradicionais veículos de comunicação serão vítimas de seu próprio veneno. Ao exagerarem no sal, apenas contribuirão para acelerar o processo de derretimento do impávido colosso iceberg que já não está em terra firme.



(*) Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Estudo relaciona terceirização com mortes no setor elétrico

Data: 25/03/2010 / Fonte: Redação Revista Proteção

Belo Horizonte/MG - Foi divulgado hoje (25) em Belo Horizonte um estudo elaborado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que aponta que mais da metade da força de trabalho do setor elétrico do país é terceirizada, sendo quatro vezes e meia maior a incidência de mortes entre terceirizados em relação aos trabalhadores próprios. O relatório "Terceirização e morte no trabalho: um olhar sobre o setor elétrico brasileiro" tomou como base os dados da Fundação Coge, entidade que reúne 64 empresas responsáveis por 90% da energia produzida no país. A apresentação ocorreu às 10 horas na sede do Sindieletro-MG (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Hidro-elétrica de Minas Gerais).
Resultados
Segundo a pesquisa do DIEESE, o nível de terceirização no setor elétrico brasileiro em 2008 estava na casa de 58,3%. Quando analisadas apenas as distribuidoras, o contingente de trabalhadores terceirizados foi superior, na casa dos 59,9%, enquanto que em empresas que desempenhavam atividades de geração, transmissão e outras, o índice de terceirização foi mais baixo (52,6%). As regiões Nordeste e Sul revelaram, respectivamente, o maior e o menor nível de terceirização. O alto índice no Nordeste é resultado do fato de distribuidoras da região possuírem mais de 70% da força de trabalho terceirizada. Por sua vez, o Sul é a única região que apresentou um número de trabalhadores próprios superior ao de terceirizados. Verificou-se ainda que, em geral, nas empresas com controle público, o nível de terceirização é inferior ao das empresas com controle privado: respectivamente de 50,2% nas públicas e de 64,7% nas privadas.
Taxa de mortalidade
Em 2008, a taxa de mortalidade no setor elétrico foi de 32,9 mortes por grupo de 100 mil trabalhadores. Nos três anos analisados, os dados demonstram taxas de mortalidade substancialmente mais elevadas para o segmento terceirizado. A taxa ficou em 47,5 para os terceirizados contra 14,8 para os trabalhadores do quadro próprio das empresas.

Bullying no trabalho é comum, mas vítima nem sempre percebe

Data: 24/03/2010 / Fonte: Redação Revista Proteção

O mercado de trabalho competitivo vem causando estresse, problemas psicológicos e assédio moral, também chamado de bullying, no ambiente de trabalho. Alguns dos atos que configuram bullyng são: pedir projetos ou relatórios em prazos impossíveis, remarcar reuniões em cima da hora, pedir tarefas triviais para pessoas que ocupam cargos de responsabilidade, deixar de pedir tarefas, espalhar fofocas, excluir pessoas do grupo, não dividir informações, pedir trabalhos que obriguem funcionário a aumentar em muitas horas sua jornada, fazer críticas constantes, não reconhecer esforços e desmerecer resultados.
O tema começou a ganhar mais espaço com os estudos da psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen, uma das primeiras a se preocupar com o assédio moral no trabalho, segundo a coluna "Mulher" do portal Terra. Mas o problema está longe de ser reconhecido pelas empresas. "A maior dificuldade é saber quando acontece de fato e quando não é algo que decorre do trabalho. É a sutileza que torna o assédio moral ainda mais perverso. Pois o trabalhador não é assediado de forma clara, na frente de outros, mas muitas vezes na forma de brincadeiras cheias de sarcasmo", afirmou Paulo Eduardo Vieira de Oliveira, juiz do trabalho em São Paulo e professor da Universidade de São Paulo. O que se percebe é que as próprias vítimas muitas vezes não reconhecem a agressão e encaram as cenas como desafios na busca da manutenção de sua empregabilidade e das metas de produtividade da empresa.
Fatores

A idade é o primeiro fator de discriminação que leva ao bullying, segundo a médica do trabalho Margarida Barreto, uma das coordenadoras do site assediomoral.org.br e pesquisadora do tema há 15 anos. Entre seus trabalhos está a dissertação de mestrado "Uma Jornada de Humilhações", feita a partir de 2.072 entrevistas com homens e mulheres de 97 indústrias paulistas. "Está inserido nas relações de trabalho, na forma da organização e na cultura que banaliza certos comportamentos. Cerca de 90% das empresas não encaram o problema e fazem de conta que é algo banal. Normalmente só tomam atitude quando há prejuízo na produção", afirmou ao site. As mulheres são as principais vítimas com estatísticas em todo o mundo apontando para 70% dos casos. A maioria deles envolve a questão da gravidez. "Para maior parte das empresas ainda isso é problema", disse Margarida ao portal. Doze por cento dos casos derivam de situações de assédio sexual.
Casos

A filial do Japão da grife italiana Prada, por exemplo, foi acusada recentemente de demitir 15 funcionários por sua aparência. Uma funcionária da grife deu entrada ao processo recentemente. Segundo ela, as ordens foram para remover para outlets ou lojas não tão bem localizadas cerca de 30 pessoas, a maioria mulheres na faixa dos 40 anos. Ela ainda conta que o gerente de RH da marca pediu que ela emagrecesse e mudasse a cor do cabelo. Em comunicado, a empresa afirmou que "o tribunal competente japonês rejeitou todas as acusações do empregado e determinou que a rescisão de seu contrato de trabalho era perfeitamente legítimo". Nas Filipinas, uma ex-comissária de bordo, que foi demitida por estar acima do peso, perdeu uma ação que durou duas décadas de processos numa sentença que considerou que o peso dos funcionários era questão de segurança aérea.

MPT aciona Magazine Luiza por assédio moral

Data: 26/03/2010 / Fonte: Agência Estado

Araraquara/SP - O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou esta semana, em Araraquara/SP, com uma ação civil pública contra o Magazine Luiza, segunda maior do varejo no País, na qual pede o fim do assédio moral em uma loja da empresa em Matão/SP. Na ação, o procurador do Trabalho Gustavo Rizzo Ricardo pede a condenação da empresa ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos.
Segundo o MPT, as investigações apontaram que os trabalhadores são submetidos a humilhações e declarações que ferem a moral, por meio de xingamentos, ameaças de demissão e pressão por produtividade cada vez maior. "A referida prática vem sendo adotada constantemente pela requerida, violando a honra e dignidade de diversos empregados", informa trecho da ação.
Por meio de nota divulgada pela assessoria de comunicação, o Magazine Luiza informou que, até o momento não foi notificado a respeito da ação civil pública. "No entanto, o Magazine Luiza esclarece que sua política de gestão de pessoas, baseada na valorização de seus colaboradores, já rendeu à empresa diversos prêmios nessa área. Há doze anos, a rede varejista figura entre as melhores empresas para se trabalhar (...) conforme avaliação dos próprios funcionários", informa o documento.
De acordo com o procurador, "há dezenas de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e processos na Justiça contra a rede, que tratam do assédio moral sofrido por empregados. Parece que isso faz parte da maneira irregular de atuar da empresa", informou Ricardo. Na ação, o MPT também pede a regularização integral da jornada de trabalho, com concessão de intervalos e repousos, o fim da manipulação do controle de jornada e o término da alteração de cláusulas contratuais sem o consentimento dos trabalhadores.
A Gerência Regional do Trabalho de Araraquara, que fiscalizou a loja em Matão, também constatou, segundo o MPT, irregularidades nos cartões de ponto, com o objetivo de evitar o pagamento de horas extras.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Lojas Marisa

Companheiros e companheiras,
Se esta Empresa ainda existe é por que, mesmo diante de várias outras denuncias, as pessoas continuaram a comprar seus produtos.
Hoje, comprovadamente, cada peça vendida acompanha de "brinde", marcas da escravidão!
Há muito tempo que não entro nesta Loja e há muito tempo que solicito a amigas que não entrem.
Apenas assim, repensarão sua forma de gestão.
Nos ajudem a divulgar o email abaixo,
Obrigada, Saudações!

DIGAM UM NÃO AS LOJAS MARISA
De Mulher para Mulher!
Não usem seus produtos confeccionados por
trabalhadores e trabalhadoras em situação de escravidão!



18 de Março de 2010

Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20100318164453&cat=brasil&keys=escravidao-imigrantes-flagrada-oficina-ligada-rede-lojas-marisa

Escravidão de imigrantes é flagrada em oficina ligada à Rede de Lojas Marisa

Inspeção encontrou trabalhadores bolivianos em condições análogas à escravidão em oficinas de costura contradas pela Marisa. Trabalhadores recebem R$ 2 por uma peça que será vendida a R$ 49,99 pela empresa

A rede de lojas de vestuário Marisa foi autuada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP) acusada de ligação com o trabalho escravo de imigrantes sul-americanos. Foram aplicados 43 autos de infração, num total de R$ 663,6 mil, depois de serem encontrados, em oficinas de costura contratadas pela empresa, imigrantes trabalhando em condições análogas à escravidão. As ações de fiscalização ocorreram durante os meses de fevereiro e março.

O rastreamento da cadeia produtiva do setor de confecções levou a SRTE a encontrar trabalhadores, em geral bolivianos, sem registro, com salários de R$ 202 a R$ 247, menos da metade do mínimo brasileiro (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria. As condições de trabalho, saúde e segurança também eram inadequadas.

De acordo com as investigações dos fiscais do trabalho, dos R$ 49,99 que um cliente da rede de lojas Marisa pague por uma peça, R$ 2 vão para o trabalhador (4%), R$ 2 para o dono da oficina (4%), R$ 17 para os intermediários (34%) e R$ 28,99 (58%) ficam com a Marisa.

A SRTE também encaminhou o relatório da fiscalização a outros órgãos. À Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE), bem como à Polícia Federal (PF), para apuração dos indícios de tráfico de pessoas. Os indícios de sonegação de tributos foram enviados às Receitas Federal e Estadual. Representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público Federal (MPF) também receberam o material.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Para refletir

O capitalismo endurece os corações,
Nos faz objetos de consumo.
Subjuga nosso pensar
Limita nosso raciocinio
Usa nossa mente, nosso corpo.
Adoece, mata, violenta
Impõem regras,
Dividi, limita, destrói.
E como animais
Não nos percebemos
Apenas reproduzimos
Regras e jogos impostos
Ignoramos nossa racionalidade
Adestrados à ideologia do capital
Ignorantes da Vida...
Fazemos a nossa Historia!

terça-feira, 9 de março de 2010

Noticias - Marcha das Mulheres segue para Valinhos nesta terça


Caminhada, que termina em 18 de março, reúne centenas de mulheres de vários estados
09/03/2010 - 08:21


Atualizada às 9h40

A Marcha Mundial das Mulheres segue para Valinhos nesta terça-feira (9). A caminhada, que reúne centenas de mulheres de vários estados, representantes de sindicatos, do Movimento Sem-Terra e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, saiu na segunda-feira (8) do Largo do Rosário, no centro de Campinas.

Durante a manhã, a passeata chegou a bloquear o trânsito na Avenida Antônio Francisco de Paula Souza, na pista em direção a Valinhos. Agentes de trânsito da Prefeitura de Campinas acompanharam o grupo e desviaram o trânsito.

A marcha termina no dia 18 de março, em São Paulo. A mobilização, que começou em 2000, é contra a violência e a pobreza.

http://eptv.globo.com/noticias/noticias_interna.aspx?290825

Lula lacra cápsula do tempo com relatório sobre situação atual da mulher para ser lido daqui a 50 anos

09/03/2010 - 11:22

Rio de Janeiro - Uma cápsula do tempo com um relatório sobre a situação atual da mulher no Brasil foi fechada ontem (8), no Rio de Janeiro, para ser aberta daqui a 50 anos. O documento, assinado por ativistas do movimento feminista, foi lacrado na cápsula pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pela ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, durante o evento de comemoração ao Dia Internacional da Mulher, no Rio de Janeiro.

O objetivo da cápsula do tempo é servir de documento histórico para que as pessoas, no futuro, conheçam a situação atual da mulher no Brasil e possam comparar se houve avanços na igualdade de gênero no país.

A cápsula ficará sob a guarda do Arquivo Nacional e será exposta, posteriormente, no futuro Memorial da Mulher Brasileira.

"Essa cápsula vai ficar lá no Memorial da Mulher Brasileira, assim que ele for inaugurado, para que nós possamos nos lembrar que, a cada dia, construímos um pedaço a mais da nossa história", disse a ministra Nilcéa Freire.

Fonte:
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Permita-se ser feliz!

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, ..., telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora

Mulheres em Marcha Mudam o Mundo




Mulheres, que todas sejamos livres de qualquer forma de violência!

Neste 08 de março, mulheres em todo o mundo, marcham em defesa dos Serviços Públicos, do Bem Comum, pela Paz e Desmilitarização, por Autonomia Econômica e pelo Fim de toda forma de Violência contra as Mulheres!

E neste dia, venho pedir a voce, comprometa-se ainda mais a cada dia!

Mulheres Unidas, em Marcha, Mudam o Mundo!!

Por mim, Por voce e por todas nós!

Que cada dia de sua vida seja um dia iluminado de conquistas para todas nós.

Beijo no coração!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Afronta à dignidade do empregado gera dano moral

Notícias do Tribunal Superior do Trabalho

05/02/2010
Afronta à dignidade do empregado gera dano moral

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho acolheu, unanimemente, o recurso de uma empregada que só podia ir ao toalete mediante autorização da empresa. Tal prática, confirmada pelo Tribunal Regional da 18.ª Região (Goiás), resultou, no TST, em condenação da empregadora ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de dez mil reais.

Segundo o Regional, a empregadora – Teleperformance CRM S.A. – limitava a uma vez a ida dos trabalhadores aos toaletes. Também o tempo destinado às necessidades fisiológicas era estabelecido: cinco minutos. Além dessas determinações, outras idas ao banheiro precisavam ser justificadas.
Embora reconheça a necessidade de a empresa estabelecer normas de segurança, a empregada, em suas razões, reclama o direito de movimentar-se livremente no ambiente de trabalho, e, por isso, contestou a imposição do controle, a seu ver, ilegal, constrangedor, vexatório e humilhante.

A relatora do processo na Terceira Turma, ministra Rosa Maria Weber, ressalta, da conduta do empregador, o descumprimento dos deveres decorrentes da boa-fé e consequente desatenção com o dever de zelar pela segurança e bem-estar do empregado. O fato de a empresa, em conduta abusiva de poder, estender a todos os seus trabalhadores o cumprimento de normas de controle, simulando o respeito ao princípio da igualdade, “não descaracteriza a violação dos direitos de personalidade, à honra, à imagem, à própria dignidade da pessoa humana, constitucionalmente consagrada (art. 1.º, III)”, salienta a ministra Rosa Weber.

A relatora alegou violação dos artigos 1.º, III, da Constituição da República e 2.º da CLT e determinou como acréscimo à condenação da empregadora o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). (RR-167500-63.2008.5.18.0009 – Fase Atual)

(Raimunda Mendes)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Para Juiz, violência doméstica é escolha do agressor influenciada pela conivência dos poderes públicos

http://www.tjrs.jus.br/site_php/noticias/mostranoticia.php?assunto=1&categoria=1&item=106999

Para Juiz, violência doméstica é escolha do agressor
influenciada pela conivência dos poderes públicos


“Superar o paradigma de que o homem pode matar por amor é uma transformação cultural necessária à garantia da dignidade das mulheres.” A afirmação é do Juiz de Direito Roberto Arriada Lorea, responsável pela Vara da Violência Doméstica e Familiar de Porto Alegre.

Para o magistrado a prática de violência contra a mulher é uma escolha do agressor, que, em grande parte, é influenciada pela “conivência dos poderes públicos que deixam impune esse tipo de violência”. Ponderou que a ação do Estado no sentido de combater a violência doméstica deve incluir a possibilidade de tratamento do agressor para modificar seu comportamento, porém, a proteção da mulher não pode ficar condicionada a essa mudança de atitude, dependendo, em muitos casos, de uma resposta imediata do Judiciário.

O magistrado ressaltou que a Lei Maria da Penha propõe uma mudança de postura da sociedade em geral e do Juiz em particular, em relação à violência de gênero. Dentro desse processo está incluída a desconstrução de mitos como de que a responsabilidade pela violência doméstica é da própria vítima ou do álcool.

“A violência contra as mulheres não é tolerada pelo Poder Judiciário”

Tramitam atualmente 9.637 processos na Vara de Violência Doméstica de Porto Alegre. Além dos inúmeros inquéritos policiais, semanalmente ingressam entre 100 e 140 pedidos de medida protetiva, que buscam, em sua maioria, o afastamento do agressor do lar e que esses sejam proibidos de se aproximarem ou se comunicarem com a vítima. Nas ocasiões em que são constatados riscos elevados à mulher, é decretada a prisão preventiva.

O Juiz Lorea ressalta que a concessão de prisão preventiva não é uma antecipação de eventual condenação, mas uma forma de assegurar a eficaz proteção da mulher. “A confiança das mulheres nas instituições públicas é fator decisivo para o combate à violência doméstica. A reação do Estado-juiz não pode deixar dúvida de que a violência contra as mulheres não é tolerada pelo Poder Judiciário.”


Compromisso do Estado

Enfatizou o magistrado que a Lei Maria da Penha é resultado de compromisso assumido pelo Estado Brasileiro perante a comunidade internacional por ocasião da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, realizada em junho de 1994. No artigo 8º, a Convenção refere que convêm aos Estados adotar “medidas para modificar os padrões sociais e culturais de conduta de homens e mulheres (...) a fim de combater preconceitos e costumes e todas as outras práticas baseadas na premissa da inferioridade ou superioridade de qualquer dos gêneros ou nos papéis estereotipados para o homem e a mulher, que legitimem ou exacerbem a violência contra a mulher.”

O juiz destaca que a Lei Maria da Penha reflete, portanto, o compromisso de alterar o quadro de violência de gênero instalado na sociedade brasileira.

Decisão

Um exemplo de caso com grande risco à vítima, tornando necessário o decreto de prisão preventiva, foi decidido nessa quarta-feira (23/12). O homem é acusado de tentar assassinar a ex-companheira, por não aceitar o fim do relacionamento.
Segundo relato da vítima, ao chegar em casa encontrou o agressor que a esperava para conversar. Diante da negativa, o ex-companheiro entrou no apartamento à força, iniciando uma discussão. Armado, efetuou dois disparos em direção à mulher, sem conseguir acertá-la e, ainda, lhe deu coronhadas e socos pelo corpo, antes que ela conseguisse fugir. A vítima relatou ainda ter o homem dito que iria lhe matar por amor.

No pedido de prisão preventiva feito pela Delegacia da Mulher, foram destacados os antecedentes que apontam a agressividade do homem.

Ao justificar sua decisão de decreto da prisão, o Juiz Lorea apontou a gravidade dos fatos, uma vez que a vítima não foi morta apenas porque conseguiu fugir, e que o agressor possui diversas passagens pela Polícia. Observou que o homem não aceita o término do relacionamento, reagindo de forma violenta, e que estatísticas demonstram que muitos femicídios ocorrem justamente no momento da separação, quando o homem percebe não ter mais poder de dominar ou controlar a companheira.

Violência contra a Mulher - SC 2014