Data: 25/03/2010 / Fonte: Redação Revista Proteção
Belo Horizonte/MG - Foi divulgado hoje (25) em Belo Horizonte um estudo elaborado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que aponta que mais da metade da força de trabalho do setor elétrico do país é terceirizada, sendo quatro vezes e meia maior a incidência de mortes entre terceirizados em relação aos trabalhadores próprios. O relatório "Terceirização e morte no trabalho: um olhar sobre o setor elétrico brasileiro" tomou como base os dados da Fundação Coge, entidade que reúne 64 empresas responsáveis por 90% da energia produzida no país. A apresentação ocorreu às 10 horas na sede do Sindieletro-MG (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Hidro-elétrica de Minas Gerais).
Resultados
Segundo a pesquisa do DIEESE, o nível de terceirização no setor elétrico brasileiro em 2008 estava na casa de 58,3%. Quando analisadas apenas as distribuidoras, o contingente de trabalhadores terceirizados foi superior, na casa dos 59,9%, enquanto que em empresas que desempenhavam atividades de geração, transmissão e outras, o índice de terceirização foi mais baixo (52,6%). As regiões Nordeste e Sul revelaram, respectivamente, o maior e o menor nível de terceirização. O alto índice no Nordeste é resultado do fato de distribuidoras da região possuírem mais de 70% da força de trabalho terceirizada. Por sua vez, o Sul é a única região que apresentou um número de trabalhadores próprios superior ao de terceirizados. Verificou-se ainda que, em geral, nas empresas com controle público, o nível de terceirização é inferior ao das empresas com controle privado: respectivamente de 50,2% nas públicas e de 64,7% nas privadas.
Taxa de mortalidade
Em 2008, a taxa de mortalidade no setor elétrico foi de 32,9 mortes por grupo de 100 mil trabalhadores. Nos três anos analisados, os dados demonstram taxas de mortalidade substancialmente mais elevadas para o segmento terceirizado. A taxa ficou em 47,5 para os terceirizados contra 14,8 para os trabalhadores do quadro próprio das empresas.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Bullying no trabalho é comum, mas vítima nem sempre percebe
Data: 24/03/2010 / Fonte: Redação Revista Proteção
O mercado de trabalho competitivo vem causando estresse, problemas psicológicos e assédio moral, também chamado de bullying, no ambiente de trabalho. Alguns dos atos que configuram bullyng são: pedir projetos ou relatórios em prazos impossíveis, remarcar reuniões em cima da hora, pedir tarefas triviais para pessoas que ocupam cargos de responsabilidade, deixar de pedir tarefas, espalhar fofocas, excluir pessoas do grupo, não dividir informações, pedir trabalhos que obriguem funcionário a aumentar em muitas horas sua jornada, fazer críticas constantes, não reconhecer esforços e desmerecer resultados.
O tema começou a ganhar mais espaço com os estudos da psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen, uma das primeiras a se preocupar com o assédio moral no trabalho, segundo a coluna "Mulher" do portal Terra. Mas o problema está longe de ser reconhecido pelas empresas. "A maior dificuldade é saber quando acontece de fato e quando não é algo que decorre do trabalho. É a sutileza que torna o assédio moral ainda mais perverso. Pois o trabalhador não é assediado de forma clara, na frente de outros, mas muitas vezes na forma de brincadeiras cheias de sarcasmo", afirmou Paulo Eduardo Vieira de Oliveira, juiz do trabalho em São Paulo e professor da Universidade de São Paulo. O que se percebe é que as próprias vítimas muitas vezes não reconhecem a agressão e encaram as cenas como desafios na busca da manutenção de sua empregabilidade e das metas de produtividade da empresa.
Fatores
A idade é o primeiro fator de discriminação que leva ao bullying, segundo a médica do trabalho Margarida Barreto, uma das coordenadoras do site assediomoral.org.br e pesquisadora do tema há 15 anos. Entre seus trabalhos está a dissertação de mestrado "Uma Jornada de Humilhações", feita a partir de 2.072 entrevistas com homens e mulheres de 97 indústrias paulistas. "Está inserido nas relações de trabalho, na forma da organização e na cultura que banaliza certos comportamentos. Cerca de 90% das empresas não encaram o problema e fazem de conta que é algo banal. Normalmente só tomam atitude quando há prejuízo na produção", afirmou ao site. As mulheres são as principais vítimas com estatísticas em todo o mundo apontando para 70% dos casos. A maioria deles envolve a questão da gravidez. "Para maior parte das empresas ainda isso é problema", disse Margarida ao portal. Doze por cento dos casos derivam de situações de assédio sexual.
Casos
A filial do Japão da grife italiana Prada, por exemplo, foi acusada recentemente de demitir 15 funcionários por sua aparência. Uma funcionária da grife deu entrada ao processo recentemente. Segundo ela, as ordens foram para remover para outlets ou lojas não tão bem localizadas cerca de 30 pessoas, a maioria mulheres na faixa dos 40 anos. Ela ainda conta que o gerente de RH da marca pediu que ela emagrecesse e mudasse a cor do cabelo. Em comunicado, a empresa afirmou que "o tribunal competente japonês rejeitou todas as acusações do empregado e determinou que a rescisão de seu contrato de trabalho era perfeitamente legítimo". Nas Filipinas, uma ex-comissária de bordo, que foi demitida por estar acima do peso, perdeu uma ação que durou duas décadas de processos numa sentença que considerou que o peso dos funcionários era questão de segurança aérea.
O mercado de trabalho competitivo vem causando estresse, problemas psicológicos e assédio moral, também chamado de bullying, no ambiente de trabalho. Alguns dos atos que configuram bullyng são: pedir projetos ou relatórios em prazos impossíveis, remarcar reuniões em cima da hora, pedir tarefas triviais para pessoas que ocupam cargos de responsabilidade, deixar de pedir tarefas, espalhar fofocas, excluir pessoas do grupo, não dividir informações, pedir trabalhos que obriguem funcionário a aumentar em muitas horas sua jornada, fazer críticas constantes, não reconhecer esforços e desmerecer resultados.
O tema começou a ganhar mais espaço com os estudos da psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen, uma das primeiras a se preocupar com o assédio moral no trabalho, segundo a coluna "Mulher" do portal Terra. Mas o problema está longe de ser reconhecido pelas empresas. "A maior dificuldade é saber quando acontece de fato e quando não é algo que decorre do trabalho. É a sutileza que torna o assédio moral ainda mais perverso. Pois o trabalhador não é assediado de forma clara, na frente de outros, mas muitas vezes na forma de brincadeiras cheias de sarcasmo", afirmou Paulo Eduardo Vieira de Oliveira, juiz do trabalho em São Paulo e professor da Universidade de São Paulo. O que se percebe é que as próprias vítimas muitas vezes não reconhecem a agressão e encaram as cenas como desafios na busca da manutenção de sua empregabilidade e das metas de produtividade da empresa.
Fatores
A idade é o primeiro fator de discriminação que leva ao bullying, segundo a médica do trabalho Margarida Barreto, uma das coordenadoras do site assediomoral.org.br e pesquisadora do tema há 15 anos. Entre seus trabalhos está a dissertação de mestrado "Uma Jornada de Humilhações", feita a partir de 2.072 entrevistas com homens e mulheres de 97 indústrias paulistas. "Está inserido nas relações de trabalho, na forma da organização e na cultura que banaliza certos comportamentos. Cerca de 90% das empresas não encaram o problema e fazem de conta que é algo banal. Normalmente só tomam atitude quando há prejuízo na produção", afirmou ao site. As mulheres são as principais vítimas com estatísticas em todo o mundo apontando para 70% dos casos. A maioria deles envolve a questão da gravidez. "Para maior parte das empresas ainda isso é problema", disse Margarida ao portal. Doze por cento dos casos derivam de situações de assédio sexual.
Casos
A filial do Japão da grife italiana Prada, por exemplo, foi acusada recentemente de demitir 15 funcionários por sua aparência. Uma funcionária da grife deu entrada ao processo recentemente. Segundo ela, as ordens foram para remover para outlets ou lojas não tão bem localizadas cerca de 30 pessoas, a maioria mulheres na faixa dos 40 anos. Ela ainda conta que o gerente de RH da marca pediu que ela emagrecesse e mudasse a cor do cabelo. Em comunicado, a empresa afirmou que "o tribunal competente japonês rejeitou todas as acusações do empregado e determinou que a rescisão de seu contrato de trabalho era perfeitamente legítimo". Nas Filipinas, uma ex-comissária de bordo, que foi demitida por estar acima do peso, perdeu uma ação que durou duas décadas de processos numa sentença que considerou que o peso dos funcionários era questão de segurança aérea.
MPT aciona Magazine Luiza por assédio moral
Data: 26/03/2010 / Fonte: Agência Estado
Araraquara/SP - O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou esta semana, em Araraquara/SP, com uma ação civil pública contra o Magazine Luiza, segunda maior do varejo no País, na qual pede o fim do assédio moral em uma loja da empresa em Matão/SP. Na ação, o procurador do Trabalho Gustavo Rizzo Ricardo pede a condenação da empresa ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos.
Segundo o MPT, as investigações apontaram que os trabalhadores são submetidos a humilhações e declarações que ferem a moral, por meio de xingamentos, ameaças de demissão e pressão por produtividade cada vez maior. "A referida prática vem sendo adotada constantemente pela requerida, violando a honra e dignidade de diversos empregados", informa trecho da ação.
Por meio de nota divulgada pela assessoria de comunicação, o Magazine Luiza informou que, até o momento não foi notificado a respeito da ação civil pública. "No entanto, o Magazine Luiza esclarece que sua política de gestão de pessoas, baseada na valorização de seus colaboradores, já rendeu à empresa diversos prêmios nessa área. Há doze anos, a rede varejista figura entre as melhores empresas para se trabalhar (...) conforme avaliação dos próprios funcionários", informa o documento.
De acordo com o procurador, "há dezenas de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e processos na Justiça contra a rede, que tratam do assédio moral sofrido por empregados. Parece que isso faz parte da maneira irregular de atuar da empresa", informou Ricardo. Na ação, o MPT também pede a regularização integral da jornada de trabalho, com concessão de intervalos e repousos, o fim da manipulação do controle de jornada e o término da alteração de cláusulas contratuais sem o consentimento dos trabalhadores.
A Gerência Regional do Trabalho de Araraquara, que fiscalizou a loja em Matão, também constatou, segundo o MPT, irregularidades nos cartões de ponto, com o objetivo de evitar o pagamento de horas extras.
Araraquara/SP - O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou esta semana, em Araraquara/SP, com uma ação civil pública contra o Magazine Luiza, segunda maior do varejo no País, na qual pede o fim do assédio moral em uma loja da empresa em Matão/SP. Na ação, o procurador do Trabalho Gustavo Rizzo Ricardo pede a condenação da empresa ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos.
Segundo o MPT, as investigações apontaram que os trabalhadores são submetidos a humilhações e declarações que ferem a moral, por meio de xingamentos, ameaças de demissão e pressão por produtividade cada vez maior. "A referida prática vem sendo adotada constantemente pela requerida, violando a honra e dignidade de diversos empregados", informa trecho da ação.
Por meio de nota divulgada pela assessoria de comunicação, o Magazine Luiza informou que, até o momento não foi notificado a respeito da ação civil pública. "No entanto, o Magazine Luiza esclarece que sua política de gestão de pessoas, baseada na valorização de seus colaboradores, já rendeu à empresa diversos prêmios nessa área. Há doze anos, a rede varejista figura entre as melhores empresas para se trabalhar (...) conforme avaliação dos próprios funcionários", informa o documento.
De acordo com o procurador, "há dezenas de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e processos na Justiça contra a rede, que tratam do assédio moral sofrido por empregados. Parece que isso faz parte da maneira irregular de atuar da empresa", informou Ricardo. Na ação, o MPT também pede a regularização integral da jornada de trabalho, com concessão de intervalos e repousos, o fim da manipulação do controle de jornada e o término da alteração de cláusulas contratuais sem o consentimento dos trabalhadores.
A Gerência Regional do Trabalho de Araraquara, que fiscalizou a loja em Matão, também constatou, segundo o MPT, irregularidades nos cartões de ponto, com o objetivo de evitar o pagamento de horas extras.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Lojas Marisa
Companheiros e companheiras,
Se esta Empresa ainda existe é por que, mesmo diante de várias outras denuncias, as pessoas continuaram a comprar seus produtos.
Hoje, comprovadamente, cada peça vendida acompanha de "brinde", marcas da escravidão!
Há muito tempo que não entro nesta Loja e há muito tempo que solicito a amigas que não entrem.
Apenas assim, repensarão sua forma de gestão.
Nos ajudem a divulgar o email abaixo,
Obrigada, Saudações!
DIGAM UM NÃO AS LOJAS MARISA
De Mulher para Mulher!
Não usem seus produtos confeccionados por
trabalhadores e trabalhadoras em situação de escravidão!
18 de Março de 2010
Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20100318164453&cat=brasil&keys=escravidao-imigrantes-flagrada-oficina-ligada-rede-lojas-marisa
Escravidão de imigrantes é flagrada em oficina ligada à Rede de Lojas Marisa
Inspeção encontrou trabalhadores bolivianos em condições análogas à escravidão em oficinas de costura contradas pela Marisa. Trabalhadores recebem R$ 2 por uma peça que será vendida a R$ 49,99 pela empresa
A rede de lojas de vestuário Marisa foi autuada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP) acusada de ligação com o trabalho escravo de imigrantes sul-americanos. Foram aplicados 43 autos de infração, num total de R$ 663,6 mil, depois de serem encontrados, em oficinas de costura contratadas pela empresa, imigrantes trabalhando em condições análogas à escravidão. As ações de fiscalização ocorreram durante os meses de fevereiro e março.
O rastreamento da cadeia produtiva do setor de confecções levou a SRTE a encontrar trabalhadores, em geral bolivianos, sem registro, com salários de R$ 202 a R$ 247, menos da metade do mínimo brasileiro (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria. As condições de trabalho, saúde e segurança também eram inadequadas.
De acordo com as investigações dos fiscais do trabalho, dos R$ 49,99 que um cliente da rede de lojas Marisa pague por uma peça, R$ 2 vão para o trabalhador (4%), R$ 2 para o dono da oficina (4%), R$ 17 para os intermediários (34%) e R$ 28,99 (58%) ficam com a Marisa.
A SRTE também encaminhou o relatório da fiscalização a outros órgãos. À Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE), bem como à Polícia Federal (PF), para apuração dos indícios de tráfico de pessoas. Os indícios de sonegação de tributos foram enviados às Receitas Federal e Estadual. Representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público Federal (MPF) também receberam o material.
Se esta Empresa ainda existe é por que, mesmo diante de várias outras denuncias, as pessoas continuaram a comprar seus produtos.
Hoje, comprovadamente, cada peça vendida acompanha de "brinde", marcas da escravidão!
Há muito tempo que não entro nesta Loja e há muito tempo que solicito a amigas que não entrem.
Apenas assim, repensarão sua forma de gestão.
Nos ajudem a divulgar o email abaixo,
Obrigada, Saudações!
DIGAM UM NÃO AS LOJAS MARISA
De Mulher para Mulher!
Não usem seus produtos confeccionados por
trabalhadores e trabalhadoras em situação de escravidão!
18 de Março de 2010
Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20100318164453&cat=brasil&keys=escravidao-imigrantes-flagrada-oficina-ligada-rede-lojas-marisa
Escravidão de imigrantes é flagrada em oficina ligada à Rede de Lojas Marisa
Inspeção encontrou trabalhadores bolivianos em condições análogas à escravidão em oficinas de costura contradas pela Marisa. Trabalhadores recebem R$ 2 por uma peça que será vendida a R$ 49,99 pela empresa
A rede de lojas de vestuário Marisa foi autuada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP) acusada de ligação com o trabalho escravo de imigrantes sul-americanos. Foram aplicados 43 autos de infração, num total de R$ 663,6 mil, depois de serem encontrados, em oficinas de costura contratadas pela empresa, imigrantes trabalhando em condições análogas à escravidão. As ações de fiscalização ocorreram durante os meses de fevereiro e março.
O rastreamento da cadeia produtiva do setor de confecções levou a SRTE a encontrar trabalhadores, em geral bolivianos, sem registro, com salários de R$ 202 a R$ 247, menos da metade do mínimo brasileiro (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria. As condições de trabalho, saúde e segurança também eram inadequadas.
De acordo com as investigações dos fiscais do trabalho, dos R$ 49,99 que um cliente da rede de lojas Marisa pague por uma peça, R$ 2 vão para o trabalhador (4%), R$ 2 para o dono da oficina (4%), R$ 17 para os intermediários (34%) e R$ 28,99 (58%) ficam com a Marisa.
A SRTE também encaminhou o relatório da fiscalização a outros órgãos. À Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE), bem como à Polícia Federal (PF), para apuração dos indícios de tráfico de pessoas. Os indícios de sonegação de tributos foram enviados às Receitas Federal e Estadual. Representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público Federal (MPF) também receberam o material.
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