quinta-feira, 14 de junho de 2012

INSS vai cobrar de agressor benefícios dados a vítimas de violência doméstica


Reproduzo abaixo matéria sobre ações regressivas no INSS contra homens que agrediram suas companheiras e estas tiveram benefícios concedidos pela Previdência.
Nesta matéria, mais uma vez o Judiciário cobra das mulheres uma responsabilidade que não é delas. precisam definitivamente entender que para as mulheres decidirem entre FICAR X PARTIR precisam ter a certeza de que terão proteção, terão onde morar e como sobreviverem com seus filhos.


Tenho escutado do judiciário essa máxima de "ter coragem para dar um basta e procurar ajuda", não precisa apenas de coragem não... precisa que a sociedade entenda, definitivamente, o que é essa violência cotidiana e que o Estado cumpra com o seu papel de cuidador, com creches, segurança, educação profissionalizante, moradia, oportunidade real de trabalho e renda.


Quantas Mulheres já procuraram a tal ajuda e morreram por terem um estado omisso??



As mulheres agredidas são vitimas de uma sociedade que sempre negou a existência deste tipo de violência, de uma igreja que prega até hoje o "até que a morte os separe" e a tatuagem que fazem em nossas testas, já quando nascemos, que a mulher nasce pra sofrer "padecer no paraiso" e que casamento "fracassado" é vergonhoso para toda a familia.


Repasso a noticia abaixo e registro o que penso das falas.




Quem sabe "eles" agora parem de machucar por medo de gastar, ja que vivemos numa sociedade capitalista, onde pessoas são coisas, quem sabe funcione?


E lembrando que apenas quem contribui com a Previdência se beneficiará com esta medida. Bom tambem para as Empresas que não terão mais suas trabalhadoras afastadas em função da violência sofrida. No final... todOs ficam "bem"... menos o bolso do agressor e as "imortais" marcas de quem foi agredida



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INSS vai cobrar de agressor benefícios dados a vítimas de violência doméstica
Solicitações devem ser feitas a partir de agosto; só no Distrito Federal, 8 mil casos devem ser analisados pela Previdência Social.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai começar a cobrar os agressores na Justiça, em casos de violência doméstica contra mulheres. O pedido de ressarcimento, chamado de ação regressiva, refere-se aos benefícios pagos pelo INSS à vítima e será feito a partir de agosto
A informação foi divulgada ontem pelo jornal 'Valor Econômico', em sua edição online.
"A medida é uma ação afirmativa, que ajuda no combate ao problema", disse ao Valor o presidente do INSS, Mauro Hauschild. Ele destacou que a medida não tem fins arrecadatórios.
Há 20 anos, a Advocacia-Geral da União (AGU) começou a protocolar ações regressivas contra empresas responsáveis por acidentes de trabalho que levaram o INSS a pagar benefícios ao empregado ou pensão por morte aos familiares da vítima.
Nesse período, foram iniciados mais de 2 mil processos, com expectativa de ressarcimento superior a R$ 360 milhões. Hauschild informou que serão analisados agora 8 mil casos de violência doméstica só no Distrito Federal.
Histórico
Usando o mesmo dispositivo, desde o ano passado o governo federal já cobra na Justiça os prejuízos previdenciários causados por motoristas que provocaram acidentes de trânsito.
A primeira ação regressiva foi na Justiça do Distrito Federal.
O motorista, que estava alcoolizado e dirigia em alta velocidade na contramão, morreu em 2008 e o INSS ficou responsável por pagar pensão para a mulher.
Duas mulheres pedem proteção à Justiça por dia
Em 4 meses, foram 241 pedidos na capital; vítimas solicitam que agressor seja proibido até de mandar e-mail
A violência doméstica leva duas mulheres por dia ao Ministério Público Estadual em busca de proteção da Justiça. De janeiro a abril deste ano, o órgão registrou na capital 241 pedidos de medidas cautelares.
A maioria das vítimas quer que o agressor mantenha distância mínima, afaste-se de casa ou seja proibido de entrar em contato até por e-mail. O número representa mais da metade das 476 solicitações feitas no ano passado.
Na prática, a ordem judicial dá à vítima o direito de pedir a prisão de seu agressor, em caso de descumprimento. A Justiça adverte o suspeito apenas na primeira desobediência - a reincidência leva diretamente à cadeia. Com a decisão em mãos, basta acionar a polícia no momento do flagrante.
Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) explica parte da alta na demanda. Em fevereiro, o tribunal determinou que o MPE pode entrar com ação criminal mesmo sem a vontade da vítima. Antes, para que fosse cumprida a Lei Maria da Penha, a mulher precisava apresentar uma representação contra o agressor.
A obtenção da proteção judicial, no entanto, pode causar uma falsa sensação de segurança, de acordo com a promotora de Justiça Valéria Scarance, do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid). "Quando conseguem a cautelar, muitas mulheres desistem de levar o processo adiante.
Por causa da relação de amor e ódio que mantêm com o agressor, elas se contentam com o afastamento, o que é um risco."Para a promotora, o ciclo de violência não se encerra automaticamente com a determinação da medida. "Não adianta só proteger. A vítima tem de mudar sua mentalidade, buscar ajuda para se libertar da situação de dominação em que vive."
Longo tempo. Na maioria dos casos, o pedido de ajuda só ocorre depois de repetido sofrimento. De acordo com informações do Gevid, são precisos dez anos, em média, para uma mulher adulta fazer a denúncia. Na lista de dificuldades está a falta de apoio da família. "Agressores normalmente são pessoas de credibilidade. Trabalham, não têm antecedentes e, para muitos, não são capazes de fazer o mal."
A dependência financeira é outro empecilho para a denúncia. C.O., de 30 anos, suportou por dois anos as agressões físicas do marido. Boliviana, dependia dele para se manter em São Paulo. No limite, saiu de casa há três meses e registrou queixa na delegacia. "Não queria que terminasse, mas sei que ele ficaria bom por um mês e depois tudo voltaria a acontecer."
Fonte: Informações do Jornal O Estado de S.Paulo

“Florianópolis - É Tempo de Cuidar Para Bem Viver”


Nos últimos anos, tenho lutando pela sustentabilidade da vida humana, ou seja, pela satisfação das necessidades humanas e do bem estar.
Durante todos estes anos de militância tenho acompanhado os Movimentos Sociais e Sindical e, hoje, tenho a satisfação de acompanhar os resultados das conquistas sociais implementadas no Governo Lula e a continuidade do nosso projeto maior através do Governo Dilma.
Mas o que entristece, quase desanima, é que eu não vejo as mudanças acontecerem na minha cidade, não por incompetência das milhares de pessoas que trabalham na administração pública, mas por total falta de vontade política dos gestores desta cidade.
É inaceitável que não se priorize em Florianópolis o cuidado com a nossa terra e as nossas "gentes".
Eu quero que a minha Florianópolis cuide de nossas crianças, quero creches e escolas com qualidade e respeito aos profissionais que lá trabalham.
Quero que a minha Florianópolis cuide da nossa Juventude, quero praças, ginásios, programas nas comunidades, quero muito esporte, cultura e lazer.
Quero que a minha Florianópolis cuide de nossas Mulheres e Homens, com qualidade de vida e o direito de bem viver aqui.
Quero que a minha Florianópolis cuide de seus idosos e portadores de necessidades especiais, com políticas voltadas ao bem estar e cuidados específicos as suas necessidades.
Quero que a minha Florianópolis volte a ter cadeiras nas calçadas nos finais de tarde ao pôr-do-sol, que possamos ir e vir com segurança, e um trânsito que não torne o retorno para casa, após um dia de trabalho, um sacrifício.
Quero uma Florianópolis onde nossos filhos, filhas, netos, netas, possam crescer felizes.
Quero uma cidade que cuide da gente e que tire o peso da responsabilidade das nossas costas.
Não suporto mais ver famílias sofrendo por terem perdido um filho para as drogas.
Não suporto mais ver escolas e postos de saúde sucateados, sem qualquer condições de desenvolverem suas funções.
Não suporto mais ver o descaso com a Ponte Hercilio Luz, a Ponte que meus avós construíram.
Não suporto mais ver o esquecimento da parte continental, como se da ponte pra fora não existisse.
Não suporto mais a guerra do trânsito, estamos todos morrendo um pouco a cada dia.
Não suporto mais ver a Lagoa, o Santinho, a Armação, o Ribeirão, perdendo sua identidade.
Não suporto mais participar de Audiência Pública na Câmara de Vereadores, sabendo que podemos contar realmente como defensores de nossos direitos, de 2 ou 3 Parlamentares.
É uma luta cruel, desumana, desigual.
Eu AMO a minha cidade, esse meu pedacinho de terra, que parece estar perdido no meio do mar, com uma Lagoa formosa e mágica ao luar. Terra de tantas "gentes" conquistadas por esta beleza sem par.
Eu quero mudanças e acredito que podemos mudar, e a hora é agora!
Hoje eu vi isso nos olhos doce e terno de uma Mulher, que me mostrou que compreende muito bem a importância e a responsabilidade do que é "cuidados".
E entre lágrimas compartilhadas, a certeza de que estamos no caminho certo, temos o mesmo desejo, o de Cuidar de Florianópolis!
Angela Albino, nossa pré-candidata a Prefeita de Florianópolis tenha esta certeza, estou contigo!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Um Carinho as Companheiras PeTistas





As Minhas Companheiras PeTistas!!

Mulheres, Trabalhadoras, Lutadoras, Mães, Sonhadoras, Corajosas, Destemidas...

Somos MULHERES PETISTAS, com uma estrela no peito, sorriso no rosto, calo nas mãos e doçura na luta...

Os mesmos braços que acarinham a vida, erguem sonhos até então impossíveis aos olhos de muitos...

Guerreiras desejosas de um mundo novo, muito mais justo!

Simples Assim!

PeTistas, Feministas, Socialistas!


Um Presente a Nós!!


Todas as Vidas


Vive dentro de mim

uma cabocla velha

de mau-olhado,

acocorada ao pé

do borralho,

olhando para o fogo.

Benze quebranto.

Bota feitiço…

Ogum. Orixá.

Macumba, terreiro.

Ogã, pai-de-santo…

Vive dentro de mim

a lavadeira

do Rio Vermelho.

Seu cheiro gostoso

d’água e sabão.

Rodilha de pano.

Trouxa de roupa,

pedra de anil.

Sua coroa verde

de São-caetano.

Vive dentro de mim

a mulher cozinheira.

Pimenta e cebola.

Quitute bem feito.

Panela de barro.

Taipa de lenha.

Cozinha antiga

toda pretinha.

Bem cacheada de picumã.

Pedra pontuda.

Cumbuco de coco.

Pisando alho-sal.

Vive dentro de mim

a mulher do povo.

Bem proletária.

Bem linguaruda,

desabusada,

sem preconceitos,

de casca-grossa,

de chinelinha,

e filharada.

Vive dentro de mim

a mulher roceira.

Enxerto de terra,

Trabalhadeira.

Madrugadeira.

Analfabeta.

De pé no chão.

Bem parideira.

Bem criadeira.

Seus doze filhos,

Seus vinte netos.

Vive dentro de mim

a mulher da vida.

Minha irmãzinha…

tão desprezada,

tão murmurada…

Fingindo ser alegre

seu triste fado.

Todas as vidas

dentro de mim:

Na minha vida -

a vida mera

das obscuras!


( Cora Coralina )



Violência contra a Mulher - SC 2014