Eu amo ler o que a Martha Medeiros escreve, definitivamente me encontro em suas escritas e esta crônica abaixo resume o que desejo a todas as pessoas, que elas simplesmente desejem. Vivemos em um mundo em que o desejar virou apenas sinônimo de consumir, e com a mesma naturalidade que estes dois verbos se perderam da essencia e da necessidade de avançar no "ser", dominaram o "ter". Então, desejo simplesmente que desejem.
Mas, por favor, desejem acima de tudo, SER!
Eu desejo que desejes ser feliz de um modo possível e rápido, desejo que desejes uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis, que desejes coisas simples como um suco gelado depois de correr ou um abraço ao chegar em casa, desejo que desejes com discernimento e com alvos bem mirados. Mas desejo também que desejes com audácia, que desejes uns sonhos descabidos e que ao sabê-los impossíveis não os leve em grande consideração, mas os mantenha acesos, livres de frustração, desejes com fantasia e atrevimento, estando alerta para as casualidades e os milagres, para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos.
Desejo que desejes trabalhar melhor, que desejes amar com menos amarras, que desejes parar de fumar, que desejes viajar para bem longe e desejes voltar para teu canto, desejo que desejes crescer e que desejes o choro e o silêncio, através deles somos puxados pra dentro, eu desejo que desejes ter a coragem de se enxergar mais nitidamente.
Mas desejo também que desejes uma alegria incontida, que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos, basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar, que desejes o bar tanto quanto a igreja, mas que o desejo pelo encontro seja sincero, que desejes escutar as histórias dos outros, que desejes acreditar nelas e desacreditar também, faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas, que desejes não ter tantos desejos concretos, que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas.
Desejo que desejes alguma mudança, uma mudança que seja necessária e que ela não te pese a alma, mudanças são temidas, mas não há outro combustível para essa travessia.
Desejo que desejes um ano inteiro de muitos meses bem fechados, que nada fique por fazer, e desejo, principalmente, que desejes desejar, que te permitas desejar, pois o desejo é vigoroso e gratuito, o desejo é inocente, não reprima teus pedidos ocultos, desejo que desejes vitórias, romances, diagnósticos favoráveis, mais dinheiro e sentimentos vários, mas desejo, antes de tudo, que desejes, simplesmente.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Voltei!
Escutei de um amigo semana passada o seguinte: "Tenho passeado pelo seu blog, mas faz tempo que não andas por lá..." . Pois é Dilmo, querido, havia perdido o encanto por este espaço, mas hoje deu vontade de retornar aqui e escrever algo que me tocou profundamente.
Há alguns anos, duas amigas repetem a mesma coisa, dizem que devo ter algum problema por não me sentir merecedora do que conquisto. Concordo com elas. As vezes somos assim, e achamos natural sermos assim. Precisamos desconstruir isso, sabermos reconhecer e aceitar o que de bom plantamos e colhemos. Podem até pensar em chamar isto de vaidade, prefiro chamar de "presente".
Hoje é um dia muito especial, estou sentindo que o Grupo Bancários e Bancárias pela Vida, que ajudei a construir, está retomando o debate da saúde na categoria. E mais feliz fiquei foi ao receber a ligação de uma dirigente que está articulando uma reunião com eles nos próximos dias. Ela ligou e disse: "Menina, voce tem mel, só pode..." eu não compreendi mas depois veio a explicação. Ela está fazendo as ligações convidando as pessoas que estiveram próximas ao trabalho que realizei no Sindicato para um "papo" e todas elas elogiaram o trabalho que realizei, a importancia de estarem unidas e a necessidade do grupo retomar os debates.
Estou feliz, pois tudo o que transmiti a eles permanece vivo em seus corações depois de quase um ano de minha saída do Sindicato, durante o tempo que estivemos juntos pedia que olhassem o companheiro e a companheira nos olhos e percebessem que a dor que eles sentiam era a mesma dor daquele que estava ao seu lado no dia a dia das Agências.
Que o assédio moral que sofreram, e que naquele momento sabiam o que haviam passado, era uma prática perversa de gestão e que a vida deles não se resumia a trabalho, horas extras, metas, negócios, vendas. Jamais esquecerei cada rosto que entrava na minha sala e depois de quase uma hora de papo saía com a certeza de ter encontrado alguem que entendia o que estava passando, que o escutou com respeito e cumplicidade e fez enxergar que o monstro que assombrava seus dias e suas noites chamava Assédio Moral.
Quando sou chamada para falar de assédio moral, afirmo com todas as letras, a vítima de assédio moral no trabalho quando se reconhece e compreende o processo que a levou a adoecer, quer e busca apoio para transformar o ambiente de trabalho e colocar fim a esta violência invisivel aos olhos mas muito concreta a dignidade humana.
E este Grupo, de trabalhadores e trabalhadoras, que nasceu dentro do Sindicato dos Bancários de Fpolis, de uma necessidade solicitada por eles mesmos, vítimas de toda a barbárie do processo produtivo e vítimas do próprio descaso do Sindicato que deveria ter dado continuidade ao trabalho. Hoje, estão ajudando a construir uma alternativa de oposição aqueles que lhes deram as costas.
Esta é a prova, a conscientização ainda é o melhor caminho para desconstruir o que nos é colocado como Natural e confesso, estou extremamente feliz com este resultado!
E por esse motivo, amigo Dilmo, eu voltei!! Quero muitos outros "presentes" como este!!
Há alguns anos, duas amigas repetem a mesma coisa, dizem que devo ter algum problema por não me sentir merecedora do que conquisto. Concordo com elas. As vezes somos assim, e achamos natural sermos assim. Precisamos desconstruir isso, sabermos reconhecer e aceitar o que de bom plantamos e colhemos. Podem até pensar em chamar isto de vaidade, prefiro chamar de "presente".
Hoje é um dia muito especial, estou sentindo que o Grupo Bancários e Bancárias pela Vida, que ajudei a construir, está retomando o debate da saúde na categoria. E mais feliz fiquei foi ao receber a ligação de uma dirigente que está articulando uma reunião com eles nos próximos dias. Ela ligou e disse: "Menina, voce tem mel, só pode..." eu não compreendi mas depois veio a explicação. Ela está fazendo as ligações convidando as pessoas que estiveram próximas ao trabalho que realizei no Sindicato para um "papo" e todas elas elogiaram o trabalho que realizei, a importancia de estarem unidas e a necessidade do grupo retomar os debates.
Estou feliz, pois tudo o que transmiti a eles permanece vivo em seus corações depois de quase um ano de minha saída do Sindicato, durante o tempo que estivemos juntos pedia que olhassem o companheiro e a companheira nos olhos e percebessem que a dor que eles sentiam era a mesma dor daquele que estava ao seu lado no dia a dia das Agências.
Que o assédio moral que sofreram, e que naquele momento sabiam o que haviam passado, era uma prática perversa de gestão e que a vida deles não se resumia a trabalho, horas extras, metas, negócios, vendas. Jamais esquecerei cada rosto que entrava na minha sala e depois de quase uma hora de papo saía com a certeza de ter encontrado alguem que entendia o que estava passando, que o escutou com respeito e cumplicidade e fez enxergar que o monstro que assombrava seus dias e suas noites chamava Assédio Moral.
Quando sou chamada para falar de assédio moral, afirmo com todas as letras, a vítima de assédio moral no trabalho quando se reconhece e compreende o processo que a levou a adoecer, quer e busca apoio para transformar o ambiente de trabalho e colocar fim a esta violência invisivel aos olhos mas muito concreta a dignidade humana.
E este Grupo, de trabalhadores e trabalhadoras, que nasceu dentro do Sindicato dos Bancários de Fpolis, de uma necessidade solicitada por eles mesmos, vítimas de toda a barbárie do processo produtivo e vítimas do próprio descaso do Sindicato que deveria ter dado continuidade ao trabalho. Hoje, estão ajudando a construir uma alternativa de oposição aqueles que lhes deram as costas.
Esta é a prova, a conscientização ainda é o melhor caminho para desconstruir o que nos é colocado como Natural e confesso, estou extremamente feliz com este resultado!
E por esse motivo, amigo Dilmo, eu voltei!! Quero muitos outros "presentes" como este!!
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