sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Igualdade? Onde? Quando? Como?

“4º Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça” apresenta enormes disparidades entre homens, mulheres, negros e brancos"

Por Gabriela Moncau
Caros Amigos


A 4ª edição do “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, estudo elaborado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ONU Mulheres, Secretaria de Política para as Mulheres (SPM) e Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (SEPPIR), foi lançada no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, 25 de novembro. O estudo é baseado na comparação de dados entre 1994 e 2009 analisando temas como chefia de família, saúde, mercado de trabalho, trabalho doméstico e distribuição de renda segundo sexo e cor/raça no Brasil.

Uma das informações mais alarmantes diz respeito ao trabalho doméstico remunerado. Serviço destinado praticamente só a mulheres (17,1% das mulheres no Brasil em 2009 trabalhavam como empregadas domésticas, em contraposição a 1% dos homens), cujas diferenças constitucionais a respeito dos direitos das trabalhadoras em relação aos demais serviços não só desestimula a formalização e impede a fiscalização, como dificulta a organização de uma das categorias que enfrenta maior precariedade. O indicador de que a proporção de trabalhadoras domésticas no Brasil sem renda própria é de 0,5% sugere que atualmente existem mais de 30 mil mulheres trabalhando em condições análogas a de trabalho escravo. Entre as que possuem renda própria, a média da faixa salarial das trabalhadoras domésticas com carteira assinada era de R$ 568,50, enquanto as sem registro, de R$ 321,10.

Afazeres domésticos


Se houve pouca diferença entre as populações branca e negra no que se refere à dedicação ao trabalho doméstico de sua própria casa, a disparidade entre sexos é bastante significativa: 49,1% dos homens com mais de 10 anos declararam cuidar destes afazeres, em face de 88,2% das mulheres. Já a partir dos 5 anos de idade 24,3% das meninas recebem atribuições de cuidar da casa, em contraposição a 14,6% dos meninos. Entre 10 e 15 anos, as garotas dedicam a essa atividade cerca de 25,1 horas semanais, enquanto os meninos, 10,2.

Quanto maior o número de filhos nos domicílios, menos os homens se responsabilizam pelos afazeres domésticos. Em famílias sem filhos, 54,6% dos homens e 94% das mulheres se dedicam a cuidar da casa. Já nos casos de cinco filhos ou mais, são somente 38,8% dos homens para 95,7% das mulheres.

Outro dado comprova a tese do movimento feminista de que ainda que houvesse uma maior democratização dos meios para realizar os afazeres domésticos – como restaurantes públicos, lavanderias, etc. –, ainda assim a opressão que relega as mulheres as responsabilidades do âmbito privado não seria resolvida, pois o trabalho doméstico tem a particularidade de ser “infinito”: sempre há algo para arrumar, fazer, além das tarefas relacionadas a demonstrações de amor. Mesmo com a posse de bens duráveis, os eletrodomésticos da chamada linha branca (fogão, geladeira e máquinas de lavar), a desigualdade na divisão das tarefas domésticas permanece estruturante de acordo com os dados da pesquisa. A maior diferença que apareceu foi no caso da máquina de lavar roupa: as mulheres que têm dedicam aos afazeres domésticos 25,4 horas por semana, em contraposição a 28,2 horas para as que não têm. Já no caso dos homens a variante é de 10,1 horas para 11,6 horas. Apesar de a jornada semanal do trabalho principal ser maior para homens que para as mulheres – 42,9 e 35,6 horas,respectivamente –, em 2009, entre a população ocupada, os homens trabalhavam, incluindo a vida doméstica, 47,7 horas na semana, enquanto as mulheres trabalhavam 55,3 horas.

Educação

O limitado acesso à educação, principalmente da população negra, de nordestinos e da população rural também se mostrou acentuado no estudo. Em 2009, 9,7% da população com 15 anos ou mais não sabia ler nem escrever. Entre negros e negras a média de estudos é de 6,7 anos, contra 8,4 da população branca. Na região nordeste, 20,5% de negros e 14,2% dos brancos encontram-se em situação de analfabetismo. Na área rural nordestina, 32,6% das pessoas não tiveram acesso à educação formal.

Distribuição de renda

O racismo é evidente ao se observar a disparidade na distribuição de renda no Brasil. Os negros apresentam, em média, 55% da renda percebida pelos brancos em 2009. Se, em 1995 os homens negros tinham renda superior ao das mulheres brancas, ao longo desses 14 anos eles passam a receber ligeiramente menos. Em 2009, a renda das mulheres brancas correspondia a 55% a dos homens brancos, para os homens negros o percentual foi de 53%. Já as mulheres negras continuam isoladas na base da hierarquia social: sua renda equivalia, em 2009, a 30,5% dos homens brancos. Entre os 10% da população mais pobre do Brasil, os negros correspondem a 72%.

Violência física

Apesar de pequena parcela das pessoas ter relatado ter sido vítima de agressão física (apenas 1,6% do total), o detalhamento do tipo de violência traz importantes evidências para análises sob a perspectiva das desigualdades de gênero. O local da agressão física, por exemplo: no caso dos homens, 80% sofreram a violência em local público, enquanto apenas 12,2% em suas casas. No caso das mulheres, 43,1% das vítimas de agressão estavam em suas residências, ao passo que 49% estavam em lugares públicos.

No caso dos homens, 46,4% dos autores da violência eram pessoas desconhecidas, somente 2% eram cônjuges ou ex-cônjuges e 5,7%, parentes. Já para 26% das mulheres, a violência foi perpetrada por seus próprios companheiros ou ex-companheiros, e para 11,3% por algum parente.

http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/noticias/2275-estudo-mostra-que-mais-de-30-mil-mulheres-trabalham-sem-remuneracao

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

25 de novembro - O Dia de "Las Mariposas"

Certa vez me perguntaram o motivo de gostar tanto das borboletas, expliquei o que significa pra mim o processo de metamorfose que nós mulheres passamos, quando há a possibilidade de nos permitirmos criar asas.

Passar por este processo é dolorido, requer transformações profundas, do que pensamos, apreendemos durante a vida, na escola, na igreja, na sociedade que vivemos e principalmente, com a nossa família.

Fomos educadas para "cuidar", não de nós, mas das outras pessoas. Educadas para cuidar da casa, dos filhos, do companheiro. Ter uma familia padrão. E se nossos filhos ou filhas não forem bem criados, ou nosso "marido" não prosperar, ou nossa casa não estiver perfeitamente funcionando, estará declarada nossa incompetencia enquanto mulher.

Essa vida de "culpas" nos deixa rastejando feito larvas, como se não fizessemos parte do mundo dos capazes, pensantes, agentes de transformação.

Mas imaginem a sociedade sem os nossos cuidados e o trabalho diário das donas de casa.

Quando conseguimos perceber que não somos culpadas pelas dores do mundo, que Eva não foi culpada por comer a maçã, que nascemos com as mesmas condições de igualdade e com a capacidade de transformar, produzir mais que apenas o trabalho doméstico.

Quando compreendemos que o mundo tambem nos pertence, que há direitos conquistados.

Que a nossa capacidade de pensar, formular e transformar é igual a de qualquer outro.

Quando há este despertar, de nos conhecermos enquanto mulheres e que podemos ir além de amar e cuidar, é sinal que estamos em nossos "casulos", quietinhas, modificando nosso pensar, avaliando possibilidades, propondo mudanças para nós mesmas.

Ao ficarmos "prontas", fortalecidas, completas, certas do que podemos e devemos fazer, está na hora de rompermos com os medos e os receios.

Vamos rompendo as barreiras que nos foram colocadas, quebramos a casca do casulo e percebemos que nos tornamos lindas Borboletas e que podemos voar em busca de nossos sonhos e desejos, sem culpas.

Que muito mais que apenas gerar, temos o poder de transformar.

Podemos transformar o mundo, a exemplo de tantas mulheres que romperam seus casulos e lutaram a vida inteira por um mundo melhor, justo, igual.

E no dia de hoje, lembrar das irmãs Mirabal(Las Mariposas), é reafirmar o quanto é importante rompermos com o que nos colocam como verdade absoluta.

Em 25 de novembro de 1960, depois de serem presas e torturadas varias vezes por fazerem oposição ao governo ditador de Trujillo, as irmãs Mirabal foram barbaramente assassinadas.

A morte de Patria Mercedes Mirabal, Minerva Argentina Mirabal e Antonia Maria Teresa Mirabal, deixou a população da Republicana Dominicana extremamente comovida, e os ideais de "Las Mariposas" modificou o pensar de todo o país.

Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que 25 de novembro é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem as "Las Mariposas".

******

Quero apenas reafirmar, somos capazes de romper e criar asas!!!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Para Onde Vai a Folha?

Recebi o email abaixo, leiam até o final, vale a pena!

Mensagem enviada à Ombudsman da Folha de São Paulo - Suzana Singer

Cara Suzana Singer: acompanho as suas colunas todas as semanas. Sei da tarefa espinhosa que é criticar o jornal que paga o seu próprio salário. Dentro disso, acho que talvez dos Ombudsmen que a Folha teve nestes anos todos, você seja a mais isenta e mais crítica, defendendo mais os interesses reais dos (as) leitores (as) e mesmo de um jornalismo equilibrado, nos moldes do Independent ou Guardian, ambos londrinos.

Quero me apresentar. Sou militante do PCdoB. Assinante do jornal há décadas, como também do Estadão. Por dever de oficio, como professor universitário que fui por 20 anos (Unimep, 1986 a 2006) e um sedento e viciado em informações, leia avidamente ambos os jornalões desta burguesia paulista, além do Valor que leio emprestado.

Estou impressionado com a linha editorial cada dia pior da Folha. Até o Estadão tem conseguido ser melhor aos finais de semana, mais equilibrado, ainda que também sofrível. Mas a Folha... Nada mais tem a ver com a Folha das Diretas Já, quando dava gosto ler seu jornal. Hoje ela esta intragável. Cada dia mais denuncista, mais pró-imperialista, mais neoliberal, em defesa de um modelo de capitalismo financeiro que vai acabando com e no mundo todo. Uma Folha cada vez mais pró-Israel e sionista, antiárabe e antipalestina. De todos os seus colunistas, quem escapa a esse modelo?

Na linha do Globo e da Veja, que viraram partidos políticos, a Folha envereda-se pelo mesmo caminho. Faz sistemática e constante oposição, raivosa muitas vezes, contra o governo federal, a quem não tolera de forma alguma. Atacou, mentiu e perseguiu o governo de um presidente operário por oito anos seguidos, depois de ter apoiado e idolatrado por outros oito anos o queridinho da mídia, FHC de triste lembrança. A Folha e as elites não aceitam que Lula tenha deixado o país com 73% de popularidade e hoje tenha incríveis 85%. Medidos pelo mesmo Instituto de propriedade do jornal, o Data Folha, de meu colega Mauro Paulino. A Folha e a mídia nativa não tolera que esse operário tenha elegido a 1ª mulher na história deste país – uma guerrilheira, torturada e lutadora contra a ditadura.

A suíte iniciada domingo contra o ministro Orlando Silva Jr. nosso camarada é tudo que um jornalismo não deve ser nem deve perseguir. A única e honrosa exceção esta em uma matéria hoje no Valor falando sobre o que teríamos por trás dessas denúncias. Claro, olho grande em um ministério que cresceu e se fortaleceu sob o comando dos comunistas. Que trouxe a Copa e as Olimpíadas para nosso Brasil. E a própria cobertura do seu jornal sobre as obras da Copa é como se o país inteiro, sua imprensa e suas elites, torcessem para dar tudo errado. A Veja chegou a dar uma capa que mencionava que as obras da Copa terminariam apenas daqui a 95 anos! E a Folha faz coro com isso. E acredite, Suzana, todas as 14 arenas serão rigorosamente entregues em dezembro de 2013, seis meses antes do início da Copa.

Recentemente o presidente Lula recebeu seu terceiro ou quarto título de doutor honoris causa. O seu jornal não dedicou quase nenhuma linha a isso. Claro, sei que você é remunerada para analisar a Folha. Às vezes também comenta sobre outros órgãos concorrentes. Mas, a blogosfera noticiou como a imprensa cobriu esse episódio em Paris. Como diz um blogueiro, para saber sobre Lula hoje temos que dominar o inglês, o francês e o espanhol, para podermos ler respectivamente no NYT, no Monde e no El País. Em português não se fica sabendo de nada ou sabe-se de forma enviesada. Você deve ter visto a que a correspondente do Globo fez ao diretor da Science Po, onde indagou porque o prêmio não havia sido dado ao ex-presidente e “príncipe” (sic) da Sociologia. Aqui, faço breve parêntese. Presidi a Federação Nacional dos Sociólogos deste país e atuei na liderança dos sociólogos e professores de Sociologia para que nossa ciência pudesse ser lecionada de forma obrigatória em todas as escolas médias do país, como no mundo civilizado. Pois bem. O tal “príncipe” da Sociologia vetou uma iniciativa aprovada na Câmara e no Senado em setembro de 2001. Mas, o governo de um operário – torneiro mecânico como o próprio Lula gosta de se apresentar – sancionou a Lei em 3 de junho de 2008. Estilos distintos, não?

O denuncismo da Folha continua matando pessoas. Mata-as politicamente. Destroi biografias, macha passados e presentes honrados. Mata sem direito a defesa. O jornal quer cumprir o papel, ao mesmo tempo, de acusador (promotor), de julgador (juiz) e de executor da sentença – carrasco. Isso impressiona. Nenhum grande jornal do mundo age assim. Em nenhum país do mundo a mídia faz o que quer, fala o que quer, sob o manto de uma difusa “liberdade de imprensa”. Para defender quais interesses? Para apresentar quais propostas?

O mundo inteiro esta desabando, fazendo água. O capitalismo encontra-se sob ataque em mais de mil cidades grandes do planeta. Wall Street encontra-se ocupada por três semanas, por uma juventude muito parecida com a que participou do levante no mundo árabe, dos indignados em toda a Europa. E qual a pauta central dos nossos jornalões? Os costumes! A moral! Os jornalões e suas famílias (Mesquita, Frias, Civita, marinho) apresentam-se como os maiores vestais da moralidade, dos bons costumes. Será que retrocedemos à década de 1950? E olha, nada contra ser honesto e íntegro, como procuramos ser. Mas isso não é carta programa. Parece-me que isso é básico para homens e mulheres que procuram a vida pública. Termos como “faxina” e fotos de vassouras para o ar e isso ocupar farto espaço do caderno nacional é a única proposta que seu jornal tem para o Brasil? Porque quatro páginas hoje na Folha, como no Estadão sobre Orlando? Que justifica isso? Aonde o jornal quer chegar? Derrubar ministros, para dizer que Dilma perde uma média de um ministro por mês em seu primeiro governo? Que exatamente os que ela herdou de Lula são os mais corruptos? E o direito à dúvida, à presunção da inocência, onde fica? E o tal “outro lado da notícia”, como mando vosso manual de redação (para que serve mesmo?), qual o sentido daquelas recomendações?

Porque a Folha e o que se chama de GAFE, que inclui Globo, Editora Abril com a Veja e o Estadão seguem resistindo a qualquer tipo de regulação e controle externo? O judiciário já tem, ainda que esteja sob contestação corporativa. Todos os países civilizados o possuem. Porque aqui vocês insistem em chamar essa regulação de “censura” (sic). Quer dizer que os órgãos de mídia podem falar o que quiser, sobre quem quiser, sem nenhum tipo de controle, de direito de resposta? Só nos restam às seções de cartas e no seu caso, a coluna do Ombudsman?

Será que seu jornal não percebe que o mundo mudou? Que o modelo neoliberal de “estado fraco” (para quem mesmo?), menos impostos, deus mercado é que manda e regula tudo, BC “independente” ruiu em todo o mundo? Que a crise de 2008 só não foi pior porque o velho e bom estado vem tentando salvar todas as empresas e bancos capitalistas com recursos públicos? Mas a imprensa nacional – em especial o seu jornal, desculpe o eufemismo quando falo isso, mas quero dizer o jornal a quem você serve – não percebeu isso? E olha que quando falo de BC independente que os editoriais da Folha tanto pregaram e batem no peito a exigir a cada momento, esta sendo contestado por figuras de proa na economia, como por exemplo Delfim Neto, Luiz Carlos Bresser Pereira e Yoshiaki Nakano. Eles agora dizem em alto e em bom som: pela primeira vez o BC tomou mesmo uma decisão independente. Só que independente do tal mercado.

Páginas e páginas são dedicadas à FHC, que segue verbalizando a mesma coisa que fazia há 17 anos, mas que não servem mais. Privatizações em nenhum lugar do mundo deram certo. Redução de impostos só beneficiam os ricos. O bolsa família não é bolsa esmola. É o maior programa de transferência de renda do planeta e o mais elogiado por todas as agências internacionais de apoio ao desenvolvimento da humanidade. Um programa premiadíssimo. Mas só a Folha, Globo e Estadão com apoio de Veja não viram isso. E todos esses órgãos, invariavelmente, vivem de anúncios, transformando a notícia em mera mercadoria à serviço dos seus donos, dos seus acionistas, de suas famílias e de uma elite branca e preconceituosa que odeia o seu próprio povo. Que torce para que tudo dê errado. Que não vibra quando o Brasil progride, quando diminuímos a desigualdade. Uma elite milionária que olha para o Norte, que teve suas proles educadas na Europa e nos “states”.

Vocês, jornalistas, não sabem dos dados, das informações? Um exemplo pequeno, onde atuei por duas décadas. O ensino superior público no país. FHC, de quem seus patrões tanto gostam, como seus amigos que literalmente aparelham o maior Estado do país, o de SP, com Alckmin e caterva, governou com o neoliberal Paulo Renato na educação e não foi capaz de criar uma única nova universidade federal. Lula, sem diploma de curso superior – imperdoável isso! – criou doze universidades federais em oito anos! E expandiu como nenhum outro na história o ensino superior. Hoje um doutor é contratado em uma IFES, com 20 horas e recebe pelo menos 7,5 mil reais ao mês! Quase que nos igualamos aos padrões de remuneração internacionais. Claro, ainda falta muito. Outro dado simples que Lula sempre mencionou. Entre 1900 e 2002, portanto em 102 anos, foram criadas 200 escolas técnicas no país. Lula em oito anos criou outras 200 escolas. Criou o PROUNI, hoje garantindo que quase um milhão de pessoas das classes “D” e “E” possam estudar e ter seu diploma de ensino superior. Eu poderia falar da nossa querida Petrobras, que FHC queria PETROBRAX (sic). Era a 15ª petroleira do mundo e quase foi privatizada. A imagem que tínhamos dela era a plataforma P-52 emborcada (posso estar errando o número, pois escrevo de cabeça e sem pesquisa). E fabricada no exterior. Com 27 mil empregados, não dava lucro algum, com dois terços do seu capital que reparte lucros e dividendos nas mãos de particulares e estrangeiros. Hoje, somos a 4ª petroleira do mundo. Temos o pré-sal, temos 110 mil empregados e nos orgulhamos disso. Poderia dar-lhe dados e mais dados. Mas fico com estes apenas, aos quais reconheço, podem ter algumas imprecisões.

Vejam os espaços editoriais que são concedidos ainda à FHC. Páginas e páginas de entrevistas, artigos assinados. Que esse senhor tem a dizer? E mesmo sobre Aécio. Seu editorialista Ricardo Melo, se não me falha a memória, criticou as duas páginas que o Estadão concedeu ao Aécio para que este laçasse a sua candidatura antecipada à presidência em 2014. Duas longas páginas. Seu editorialista ficou indignado! Por razões de oficio – eu também fiz isso – teve que ler a longa entrevista e nada encontrou que justificasse o espaço. Uma proposta sequer é apresentada. Um vestal da moralidade – ainda que tenha fugido do teste do bafômetro no Rio e até hoje não explique porque a rádio de sua irmã tem dez carros, a maioria importados, em seu nome – defendendo um abstrato “choque de gestão” (sic). Uma campanha udenista em pleno século XXI! Que proposta tem esse senhor para o país? O que ele defende para sairmos da crise? Quais são seus programas para diminuir e mesmo acabar com a horrenda desigualdade ainda existente no nosso Brasil? Que fazer para enfrentarmos a crise internacional, os ataques especulativos à nossa economia? Será que ele defende a queda brusca dos juros? Ou defende a maior transferência de renda para os mais ricos do país, que é a astronômica e vergonhosa taxa de juros de nosso país? Aliás, qual a posição de seu jornal sobre isso? Vi na edição de 1º de setembro, o Day After da primeira vez em que o BC do Brasil tomou uma atitude verdadeiramente independente – mas independente do mercado! – e foi criticado por todo mundo, encabeçado pelos Sardenbergs, as Leitões, os Mervais da vida e outros menos votados à serviço de umas 15 mil famílias e dos bancos que embolsam algo como 240 bilhões de reais ao anos de juros de nossa astronômica dívida pública. Isso é mais que o dobro de tudo que o governo federal investe em programas sociais e de transferência de renda. É o bolsa dos ricos. Esta pode e não é contestado. A outra, dos pobres, é uma vergonha! Pode isso? Não sei se você acompanha. Hoje centrais sindicais e entidades empresariais do país lançaram um vigoroso e correto movimento pela queda ainda mais acentuada dos juros aqui em SP. Apoiamos esse movimento. Esse novo pacto político entre correntes políticos e setores sociais pode estar a solução para o salto que precisamos dar (não confundir pacto com capitulação e conciliação de classes).

Não há uma linha, uma palavra de elogio dos donos de seu jornal a essas políticas. Ao contrário. Toda a linha editorial é para desqualificar essa transferência de renda. A explosão de vendas de automóveis, o congestionamento dos aeroportos – provas irrefutáveis de que uma nova e significativa parcela da população vem tendo sua renda ampliada – são mostrados como caos, como “descaso do governo” para com os aeroportos e estradas (sic).

Onde vamos parar com isso, Suzana?

Por fim, quero lhe dizer sobre meu Partido. É o mais antigo deste país com vida continuada. Não há como falar da história do Brasil no século XX sem falar do nosso PCdoB (cuja sigla em 1922 era PCB, mas surgiu fundado como sendo Partido Comunista do Brasil). Os donos de seu jornal não divulgam um Projeto para o Brasil. Nem devem tê-lo, pelo que depreendemos da linha editorial que acompanhamos (leio o seu jornal e o da família Mesquita desde que cheguei a Sampa com 16 anos em 1973 e tomei gosto pela política). Mas quero lhe dizer, que se seu jornal fizesse um jornalismo sério, não adotaria essa linha entreguista, pró-estadunidense como vem adotando (defenderam a ALCA, defendem abertamente o fim de qualquer proteção à indústria nacional e mesmo o recente socorro que o Pão de Açúcar fez ao BNDES para enfrentar o grupo Casino e o ataque predatório que ocorreu, resultando a completa e total desnacionalização do setor supermercadista de nosso país). É uma legenda honrada, feita e construída com sangue e suor de comunistas e patriotas de todos os rincões do país. São centenas os nossos mártires, os nossos perseguidos, os nossos presos e torturados, os nossos cassados, os nossos exilados. Para que tenhamos o Brasil que hoje temos.

Procure conhecer o nosso programa. Veja lá como contamos os dois principais ciclos civilizatórios que tivemos (1822 e 1930), quando a Nação inteira se uniu, resultando inclusive de um pacto político entre expressivas forças nacionais em defesa da pátria e do desenvolvimento nacional. Foram dois momentos em que demos um grande salto. Agora, diz nosso Partido, precisamos dar o terceiro e maior salto, para colocar nosso país entre as cinco maiores nações do mundo nos próximos vinte anos. Com justiça, democracia, desenvolvimento nacional e soberano, geração de emprego e renda, com valorização do trabalho, reforma agrária, respeito aos movimentos sociais, com integração solidária da América Latina. Devemos resgatar os ideais libertários de gente como Simon Bolívar, San Martin, Tiradentes, Getúlio Vargas, Prestes, João Amazonas, José Marti, Che, Fidel, Mariátegui, Tupac Amaru entre tantos outros. Você pode encontrar esse Programa, na íntegra no endereço http://www.pcdob.org.br/documento.php?id_documento_arquivo=1 Mas quero adverti-la. Há um risco enorme em você ler essa proposta de caminho socialista para nosso país. O de gostar imensamente do que lá esta escrito, sob pena de viver imensa contradição com seu trabalho nesse jornal que hoje, lamentavelmente, presta um desserviço à Nação brasileira.

Desculpe a extensão de minha mensagem. Mas fiquei e sigo indignado com a linha editorial do “seu” jornal, com a cobertura jornalística que vocês têm dado nas edições e particularmente de domingo para cá, a forma torpe, baixa e rasteira com quem cobriram e repercutiram a “denúncia” contra o ministro Orlando feita por esse Partido Política chamado Veja.

Saudações a quem tem coragem


Prof. Lejeune Mirhan
Sociólogo, Escritor e Arabista
Colunista da Revista Sociologia e do Portal Vermelho

Ego sum pauper. Nihil habeo. Cor dabo

(Eu sou pobre. Nada tenho. Darei meu coração)



Hoje milhões de crianças dormirão nas ruas no mundo. Nenhuma delas é cubana.

sábado, 15 de outubro de 2011

O tempo em que podemos mudar o mundo

Immanuel Wallerstein, provocador: capitalismo está condenado: resta saber quê irá substituí-lo.

Transição não será apocalíptica: dependerá das escolhas que fizermos agora
Entrevista a Sophie Shevardnadze | Tradução: Daniela Frabasile
A entrevista durou pouco mais de onze minutos, mas alimentará horas de debates em todo o mundo e certamente ajudará a enxergar melhor o período tormentoso que vivemos. Aos 81 anos, o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein, acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.

Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.

Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”

É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.

As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT (abaixo). A transcrição e a tradução para o português são iniciativas de Outras Palavras.


Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?

Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.

Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?

Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.

Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?

Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns vinte, trinta ou quarenta anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.

Qual a sua visão?

Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.

Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?

Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.

Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?

Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte. Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.

Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?

Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes. Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.

O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?

A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.

Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século 21?

Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século 19. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século 19. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter sido um pensador do século 19; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século 20.

Do século 21, agora.

É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século 20, eu sinto que sou um produto do século 20. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.

Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?

Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século 20. Mais importante que a Revolução Russa e mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.

Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?

Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.

Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?

Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.

É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?

É o que vemos há 500 anos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Santa Catarina chora mais uma vez...

Florianópolis (8/9/2011) - Conforme previsto pela Secretaria de Defesa Civil, a chuva castigou Santa Catarina da madrugada de quarta (7) até esta quinta-feira (8). Dez municípios decretaram situação de emergência e 25 emitiram notificações preliminares de desastre (Nopred). As chuvas atingem mais de 440 mil pessoas em 46 municípios. Os dados são referente ao boletim das 17h30 desta quinta-feira (8), emitido pela Secretaria de Defesa Civil.
A principal região atingida é o Vale do Itajaí, com mais de 400 mil pessoas em 24 municípios. O primeiro município a decretar situação de emergência foi o de Rio dos Cedros, que tem mais de 10 mil pessoas afetadas. As regiões Norte e da Grande Florianópolis também registraram ocorrências em alguns dos municípios.
Blumenau já decretou situação de emergência, afetando 280 mil pessoas. O governador Raimundo Colombo esteve na cidade para verificar a situação das pessoas. “Viemos levantar as informações e ver como está a cidade. A situação realmente é negativa e o Estado vai dispor toda a sua estrutura para ajudar tanto Blumenau como as outras cidades.” O governador também esteve em Rio do Sul, onde o prefeito Milton Hobbus decretou estado de calamidade pública pelas inundações e deslizamentos de terra, além da expectativa do o rio chegar ao nível de até 12 metros, causando problemas em vários bairros da cidade.
O nível do rio Itajaí-Açu obrigou 15 mil moradores a se deslocarem para casa de familiares ou amigos e 41 pessoas estão desabrigadas. A previsão é de que o rio chegue a 14 metros às 5h da manhã de sexta-feira (9).
Em Florianópolis, 426 pessoas estão desalojadas e 118 residências foram danificadas. A cidade é atingida por enxurradas e tem os sistemas de água e energia com problemas em alguns bairros.


Secretaria de Estado de Comunicação

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Em Santa Catarina, Justiça condena empresa que impedia mãe de amamentar recém-nascida

A Justiça do Trabalho de Itajaí, em Santa Catarina, condenou a Ondrepsb Serviço de Guarda e Vigilância Ltda. a pagar uma indenização de R$ 100 mil, por dano moral, por impedir uma trabalhadora de amamentar a filha recém-nascida. Para a 6ª Câmara do TRT/SC, houve assédio moral contra a trabalhadora, que foi obrigada a fazer um curso em outra cidade, além ser colocada para trabalhar em locais diferentes. A criança morreu cerca de 50 dias após o retorno da mãe ao trabalho.
A trabalhadora exigiu indenização por ter sofrido assédio moral e ter sido obrigada a afastar-se do convívio com sua filha, num momento decisivo para a saúde da criança. A autora da ação alegou, ainda, que a menina ficou doente e que, além de não conceder as férias devidas, a empresa não permitia que ela se ausentasse do serviço para cuidar da recém-nascida. Segundo consta no processo, a empresa alegava que a autora se utilizava da doença da filha para não trabalhar.
De acordo com o relator, juiz José Ernesto Manzi, embora não se possa estabelecer relação entre o quadro de saúde debilitada da menor - que acabou morrendo - e a interrupção da amamentação quando da volta ao trabalho, "é inegável que a situação lhe gerou enorme stress e abalo moral", relata.
O magistrado questiona se a morte poderia ter sido evitada ou, ao contrário, "se a empresa contribuiu, de alguma forma, para o seu agravamento". Isso porque a própria Ondrepsb admitiu que, antes da licença maternidade, a autora trabalhava num posto fixo.
Segundo o juiz, a empresa não concedeu à empregada o direito de usufruir dos descansos especiais durante a jornada para amamentar a filha, já que foi encaminhada para a atividade de vigilante volante.
- Nesse contexto, não somente retirou da mãe uma prerrogativa que a lei lhe garante, como também feriu de morte a criança que dependia exclusivamente desse conjunto de elementos protetivos destinados a assegurar-lhe o direito de sobreviver - escreveu o juiz na sentença.
Para o juiz Manzi, não resta dúvida de que o intuito da empresa era forçar um pedido de demissão, "impondo à genitora longos períodos de separação".
A autora da ação trabalhava como vigilante, num posto fixo e, após o seu retorno da licença maternidade, a empresa adotou algumas medidas que acabaram dificultando a amamentação da menor. Inconformada com a decisão da 2ª Vara do Trabalho de Itajaí, que condenou a empresa apenas ao pagamento dos intervalos não gozados, a autora recorreu da sentença. Segundo ela, após sua volta ao trabalho passou a ser humilhada e assediada pela empresa, que determinou que trabalhasse como vigilante em outras cidades.

http://oglobo.globo.com/cidades/

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Socialismo em construção - eu acredito!

Confesso que a esperança realmente venceu o medo e os ultimos anos serviram para trazer a solidariedade aos olhos da nossa juventude.
Uma pesquisa realizada este ano, "Sonho Brasileiro" com 3000 jovens entre 18 e 24 anos, surpreendeu a quem leu, mas não a quem convive diariamente com jovens.
Apenas 5% dos jovens entrevistados sonham ficar ricos a qualquer custo, e a grande maioria deseja um trabalho estável, abrir seu próprio negócio, trabalhar pelo social e pelo coletivo e ser feliz.
Pensamento bem diferente da maioria da nossa geração e das anteriores, que transformaram o mundo no que ele é hoje.
Bem vinda Geração do século XXI, que o mundo se contamine pelos sonhos e desejos da juventude brasileira!!!
“A nossa grande descoberta é que o jovem pensa no trabalho numa forma de expressar quem ele é e qual a relevância que ele pode ter para sociedade”, Gabriel Milanez (sociólogo, coordenador da pesquisa)

Mundo liquido

Hoje deu um aperto no coração, uma vontade incontrolada de sair na chuva, voltar a ser criança, fugir desse mundo insano. Onde amar, desejar o bem comum, ser solidário, está totalmente fora de moda aos olhos de muitas pessoas. Olho ao redor e fico perplexa, o que eu via apenas em ficção, é uma constante no mundo real. Pessoas criam personagens para suas vidas; elaboram contos-de-fadas, dramas, terror; criam cenários perfeitos, envolvem em seus roteiros as pessoas que as querem bem, sem avisá-las previamente que um dia o espetáculo terá um “gran finale”.
Leio por muitas vezes o que as pessoas entendem sobre o mundo real e o mundo virtual, e refletindo sobre o que pensam chego sempre a mesma conclusão, ambos são iguais, não pode haver distinção. Em ambos há apenas uma pessoa, com uma minúscula diferença, no mundo real somos a personagem que as pessoas vêem e convivem diariamente, fisicamente, com CPF e RG. Já no mundo virtual, somos um perfil com infinitas possibilidades de criação, porém permanecemos sendo a mesma pessoa, com os mesmos sentimentos, medos, receios, traumas, desejos.
Há os que se escondem de si mesmos, escondem suas fraquezas, os que desejam mudanças e não as enfrentam, os que querem apenas encontrar uma felicidade “cor de rosa” para uma vida nebulosa. E essa busca é uma constante para quem vive em um mundo onde sentimentos são como líquidos que escorrem por entre nossos dedos sem qualquer possibilidade de serem absorvidos por nosso coração.
Não acredito que esta perversidade seja da natureza humana, seja algo biológico, genético, hereditário, penso que é um conjunto de fatores que moldam o nosso pensar e o que temos como verdade para nossas vidas. Construídos pelo meio onde crescemos e apreendemos valores, conceitos e prioridades, construídos por instituições que nos revelam o que é certo e o que é errado e a quais verdades deveremos ter como reais.
Após esta “modelagem” que ocorre na infância e adolescência, de conceitos, preconceitos, de “verdades”, nos tornamos adultos quando acreditamos que somos responsáveis por nossas escolhas, e ignorando que já fomos modelados e diariamente somos manipulados, acreditamos que somos donos de nossas próprias vidas. Sem perceber, continuamos nos construindo a partir do que ouvimos, vemos, lemos, o que está ao nosso alcance, pois não há tempo para realmente aprofundarmos o conhecimento.
Passamos maior parte de nossos dias buscando a nossa sobrevivência e a dos nossos, tentando garantir moradia, água, luz, alimento, roupa, sapato, o básico para viver. E quando isto já nos é garantido pelo trabalho exercido, queremos mais e mais, a regra é consumir, consumir, consumir. Onde a prioridade deveria ser buscar “ser”, mas, como “ser” se o nosso tempo é destinado a “ter”? Então, conhecemos a palavrinha frustração, por vivermos em um ciclo vicioso, sem o tempo necessário para respondermos uma única pergunta: “Qual o meu papel no grande espetáculo da vida?”.
Penso que viver apenas uma personagem que nasce, cresce, torna-se adulto, envelhece e morre, sem sequer participar como personagem principal em apenas um capítulo, seja algo frustrante e decepcionante para qualquer pessoa que olhe sua história e veja que em nada contribuiu, ou nada fez para tornar este um mundo melhor para os que aqui vivem e que ainda chegarão. Olhar o passado, o presente e pensar que deixa apenas o cenário pronto para os próximos que vierem é o mesmo que organizar uma festa, preparar comidas e bebidas, decorar maravilhosamente e jamais dançar a primeira musica.
Eu quero um dia olhar pro passado, entender o meu presente e ter a certeza de que fui a mesma em qualquer momento, e o melhor, que escrevi a minha história, por minha vontade, dentro do que acreditei ser a minha verdade. Não a verdade absoluta, mas a que procurei construir a partir do que compreendo de certo e errado. E tenham a certeza, não sou e nunca serei perfeita, mas o mundo pelo qual luto e sonho é um mundo perfeito sem qualquer diferença para homens e mulheres, independente de suas escolhas. Não espero nada de ninguém, não crio falsas expectativas, respeito as diferenças e compreendo as limitações, por isso jamais me verão julgar qualquer pessoa por suas ações.
Se a regra geral para os autores do mundo de faz de conta inclui matar as personagens para que renasçam de suas próprias vidas, entendo que seus criadores tentarão mudar ao menos suas estratégias, pois poderá chegar o momento em que criador e criatura não mais conseguirão sobreviver em seus miseráveis papéis.

domingo, 17 de abril de 2011

Agradecimento especial a Chapa 02 - Reconstruir um Sindicato de Lutas - SEEB Fpolis e Região.

Há muito tempo não vivia tamanha emoção.

Sorte Boa aos próximos 3 anos, continuem com essa alegria, com esse olhar solidário e com a fome de transformação.

Desejem mudanças, muitas mudanças.

Um dos mais belos presentes que recebi nos últimos anos e que reafirma o que penso.
Quando trabalhadores e trabalhadoras se reconhecem como parte de um todo, ninguem e nada os tiram da luta!

Beijo no coração de tod@s e principalmente, no coração de cada "Bancário e Bancária Pela Vida", estou muito feliz por ter participado deste processo!

Milhares de mulheres vão às ruas no Iêmen pedir a saída de Saleh

Por Mohammed Ghobari

SANAA (Reuters) - Milhares de mulheres iemenitas protestaram em Sanaa e em outras cidades, no sábado, enfurecidas com as observações do presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, de que o Islã desaprova que mulheres participem ao lado dos homens nas manifestações que visam derrubá-lo do poder.

As mulheres, muitas em trajes islâmicos pretos com véu, disseram que seu papel nos protestos é religiosamente correto e pediram que o presidente renuncie, atendendo ao desejo popular expresso em quase três meses de manifestações.

"Parece que o presidente Saleh fracassou em todos os seus esforços para empregar tribos e forças de segurança para atacar aqueles que pedem a sua saída e, por isso, recorreu ao uso da religião, sobretudo depois que viu que milhares de mulheres estavam participando dos protestos," disse Samia al-Aghbari, líder no movimento de protesto.

Saleh, que advertiu que há riscos de uma guerra civil e de separação do Iêmen caso ele seja forçado a deixar o poder sem uma transição ordenada, pediu à oposição, na sexta-feira, que reconsiderasse o convite para participar de negociações para resolver a crise.

Mas ele também adotou um tom desafiador, chamando a oposição de mentirosa e bandida, e apelando para a sensibilidade religiosa no país muçulmano conservador, criticando a convivência de homens e mulheres que não são parentes entre os manifestantes em Sanaa.

Cerca de 5.000 mulheres protestaram contra ele em Sanaa, no sábado, com números similares na cidade industrial de Taiz, no sul da capital. Os protestos anti-Saleh tiveram o apoio da principal coalizão de oposição, que inclui a esquerda, mas cujo principal membro é o partido islâmico Islah.

"Ó juventude, a honra das mulheres vem sendo difamada," as mulheres gritavam, referindo-se às observações de Saleh.

Algumas mulheres trouxeram suas filhas para os protestos. Uma delas exibia a cara pintada com a imagem da bandeira do Iêmen cercada por um coração na bochecha e a palavra "saia" escrita na testa.

"Se Saleh lesse o Alcorão, não teria feito essa acusação," disse uma manifestante, que se identificou apenas como Majda. "Pedimos que ele seja julgado de acordo com a lei islâmica."

A Arábia Saudita e outros aliados ocidentais do Iêmen temem que um impasse prolongado possa inflamar os confrontos entre unidades militares rivais e causar o caos, o que beneficiaria a facção da Al Qaeda que opera na região montanhosa pobre da Península Árabe.

O ex-ministro e a senzala

Data: 11/04/2011

A declaração do economista e ex-ministro Delfim Netto neste domingo (4/03), no programa “Canal Livre”, da TV Band, que comparou as empregadas domésticas a animais em extinção, evidencia o quanto estamos distante do conceito de igualdade, aqui compreendida em todos seus aspectos. Delfim Netto personaliza o pensamento persistente de um Brasil colonial, que enxergava negras e negros como seres inferiores, feitos para servir a uma elite branca. Séculos nos distanciam daquele período, mas a fala do ex-ministro demonstra que essa cultura escravocrata permanece, lamentavelmente, até os dias atuais. Disse Delfim Netto: “a empregada doméstica, infelizmente, não existe mais. Quem teve este animal, teve. Quem não teve, nunca mais vai ter”. Mais do que uma afirmação infeliz, a comparação demonstra o total desrespeito, a desvalorização e a invisibilidade, além do desconhecimento sobre a realidade da valorosa atividade das quase sete milhões de mulheres trabalhadoras domésticas.

No Brasil, o trabalho doméstico é a ocupação que agrega o maior numero de mulheres, 15,8% do total da ocupação feminina, de acordo com dados disponibilizados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2008), do IBGE. E a maioria dessa categoria é formada por mulheres, sobretudo negras. Desse total, a despeito de todos os incentivos governamentais para formalização da atividade, 73,2% não têm carteira assinada e, por conseguinte, não contam com qualquer amparo trabalhista e previdenciário previstos para todas trabalhadoras e trabalhadores.

A informalidade acarreta uma série de violações de direitos, como carga horária bem acima do limite legal, excesso de horas trabalhadas sem remuneração extra, salários abaixo do mínimo estabelecido, entre outros. Segundo esse levantamento da PNAD 2008 - período em que o salário mínimo era de R$ 415,00 -, o rendimento médio mensal entre as trabalhadoras com carteira assinada era de R$ 523,50. Do total que ainda estão na informalidade, a média caia para R$ 303,00 (27,0% abaixo do teto salarial), sendo a condição das trabalhadoras domésticas negras era ainda pior: elas não percebiam mais de R$ 280,00, ou seja 67,4% do salário mínimo.

O conjunto dessas informações demonstra que, mesmo em uma ocupação tradicionalmente feminina e marcada pela precariedade, as mulheres, e em especial as negras, encontram-se em situação mais desfavorável do que os homens, refletindo a discriminação racial, a segmentação ocupacional e a desigualdade no mercado de trabalho.

O governo federal tem feito esforços para regularização da atividade, incentivando o empregador através de descontos no Imposto de Renda, entre outras ações. Temos como desafio eliminar a desigualdade vivida por mulheres trabalhadoras domésticas no mundo do trabalho. Isso significa não só abordar os aspectos legais, mas de reconhecer e enfrentar o pensamento escravocrata que ainda persiste em parte da sociedade. É lamentável que ainda hoje alguém pronuncie em rede de TV, sem qualquer sombra de constrangimento, o preconceito e a discriminação. Para além da formalização da categoria, o país tem compromissos com a igualdade de gênero e raça, inclusive como signatário de tratados internacionais de direitos humanos.

As declarações do ex-ministro Delfim Netto expõem a face perversa do racismo, do preconceito e o pressuposto de que as pessoas são diferentes e que, portanto, são ou não merecedoras de direitos. Por essa visão, existem os animais e seus “donos”. Identificar os discursos que perpetuam a cultura da desigualdade significa combater a violência dissimulada e a mais explícita, que impedem os avanços sociais, o reconhecimento da cidadania, do tratamento igualitário para todas e todos e, por decorrência, da democracia.


Iriny Lopes
Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM)

sexta-feira, 25 de março de 2011

SSP/SC revela que uma mulher é agredida a cada 46 minutos em SC e deputada Ana Paula quer ação imediata

“A violência doméstica só vai acabar quando a sociedade como um todo estiver consciente da gravidade desse problema e as autoridades cumprirem com sua responsabilidade. É preciso garantir às mulheres todos os instrumentos necessários para que elas possam fazer as denúncias e, posteriormente, sejam recebidas, junto com seus filhos menores de 18 anos, em Casas Abrigos para que não fiquem vulneráveis diante dos agressores.” A declaração é da deputada estadual Ana Paula Lima (PT), ao comentar matéria publicada hoje na imprensa estadual, que aponta: em Santa Catarina, uma mulher é vítima de violência doméstica a cada 46 minutos.
Ana Paula é uma das articuladoras da Bancada Feminina da Assembleia Legislativa (hoje composta por cinco parlamentares) e que tem exigido do Governo do Estado a implementação da Lei Maria da Penha em Santa Catarina. Essa lei prevê que as mulheres vítimas de violência disponham, além das Casas Abrigo, também de Delegacias da Mulher nos municípios, com atendimento especializado, realizado por profissionais capacitados para lidar com as mulheres vítimas de violência.
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), divulgados pelos jornais, somados os casos de homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal, estupro, neste ano de 2011 já chegam a 2.587 os crimes praticados contra as mulheres. O levantamento, revela que houve um aumento considerável de agressões em nosso estado, já que, em 2007, acontecia um crime a mulher a cada duas horas e 45 minutos.
Na opinião da deputada Ana Paula, “não haverá avanço da sociedade enquanto as mulheres estiverem sendo tratadas dessa forma. É urgente que trabalhemos a prevenção desse problema e também cobremos a punição dos culpados. As mulheres precisam ter a segurança de que, ao fazer a denúncia, poderão cessar com esse sofrimento.” A parlamentar também comentou sobre a agressão sofrida por uma jovem, dentro de um elevador num prédio de Florianópolis, quando o ex-namorado tentou asfixiá-la e cujas imagens chocaram o país, esta semana. “A indignação com episódios como esse tem que dar lugar a atitudes concretas das autoridades. Esperamos que o Governo do Estado realmente coloque em prática a Lei Maria da Penha, conforme ele se comprometeu em audiência com as deputadas, no dia nove de março.”

Linete Martins
Assessora de Imprensa da deputada Ana Paula Lima (PT)
(48) 3221-2680

Mais uma...

Confesso que...
... tem muita coisa nessa minha pobre vidinha que me deixa indignada...

A ultima agora foi com o comercial da BOMBRIL, que eu ainda não tinha visto até um amigo chamar minha atenção, quando parabenizou pela contratação de feministas para realizarem o referido "produto". Sou assim, quando me falam algo que não conheço, procuro informações sobre, e assiti ao famigerado "produto".

A propaganda foi toda pensada por homens, por sinal, totalmente equivocados.

Queria apenas deixar registrado aqui que, nós feministas, não incentivamos guerra dos sexos, não ridicularizamos os homens, não incitamos violência. Que penso que esta propaganda, de todas, foi a pior.

Se quiserem ler mais sobre, abaixo um link com uma avaliação perfeita sobre a propaganda:
http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2011/03/campanha-da-bombril-e-o-homem.html

Sei que algumas pessoas me chamam de chata e equivocada. Mas aprendi e aprendo muitas coisas todos os dias e a mais importante delas: "jamais perder o poder de indignar-se e jamais calar-se diante de qualquer forma de violência".

Jamais aceitem o que te apresentam como verdade absoluta, nem a ciência tem esse poder. Achar que sabemos tudo, que não somos manipulados diariamente através de propagandas como estas, é pura ignorância.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Movimento em Defesa da Lei Maria da Penha no Orkut

Orkuteir@s, começamos esta campanha no orkut e queremos ver quem está junto nesta. Vamos repassar ao maior número de amigos e amigas esta mensagem, pois Mulheres em todo o país continuam sendo espancadas e assassinadas, mesmo depois de denunciar seus agressores, isto comprova que a Lei Maria da Penha não está sendo levada a sério pelo poder público, por omissão de estados inertes a violência contra a Mulher. Temos acompanhado o total desrespeito ao cumprimento desta Lei. Não podemos deixar mais esta violência acontecer sem nos manifestarmos. Solicitamos a cada brasileiro e brasileira que entre no site do Ministério da Justiça e da Secretaria de Políticas para as Mulheres, vá até o fale conosco e escreva na mensagem:

Eu defendo a Lei Maria da Penha! Mexeu com a Lei, Mexeu Comigo!
Depois adicione a comunidade Defendo a Lei Maria da Penha!

Deixe lá registrado que você quer viver em um país sem violencia contra a mulher!
Beijos nos corações!


A comu...

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=111830734

Justiça

http://portal.mj.gov.br/

Mulheres

http://www.sepm.gov.br/

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Uma linda sexta feira!

Eu amo ler o que a Martha Medeiros escreve, definitivamente me encontro em suas escritas e esta crônica abaixo resume o que desejo a todas as pessoas, que elas simplesmente desejem. Vivemos em um mundo em que o desejar virou apenas sinônimo de consumir, e com a mesma naturalidade que estes dois verbos se perderam da essencia e da necessidade de avançar no "ser", dominaram o "ter". Então, desejo simplesmente que desejem.
Mas, por favor, desejem acima de tudo, SER!

Eu desejo que desejes ser feliz de um modo possível e rápido, desejo que desejes uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis, que desejes coisas simples como um suco gelado depois de correr ou um abraço ao chegar em casa, desejo que desejes com discernimento e com alvos bem mirados. Mas desejo também que desejes com audácia, que desejes uns sonhos descabidos e que ao sabê-los impossíveis não os leve em grande consideração, mas os mantenha acesos, livres de frustração, desejes com fantasia e atrevimento, estando alerta para as casualidades e os milagres, para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos.
Desejo que desejes trabalhar melhor, que desejes amar com menos amarras, que desejes parar de fumar, que desejes viajar para bem longe e desejes voltar para teu canto, desejo que desejes crescer e que desejes o choro e o silêncio, através deles somos puxados pra dentro, eu desejo que desejes ter a coragem de se enxergar mais nitidamente.
Mas desejo também que desejes uma alegria incontida, que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos, basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar, que desejes o bar tanto quanto a igreja, mas que o desejo pelo encontro seja sincero, que desejes escutar as histórias dos outros, que desejes acreditar nelas e desacreditar também, faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas, que desejes não ter tantos desejos concretos, que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas.
Desejo que desejes alguma mudança, uma mudança que seja necessária e que ela não te pese a alma, mudanças são temidas, mas não há outro combustível para essa travessia.
Desejo que desejes um ano inteiro de muitos meses bem fechados, que nada fique por fazer, e desejo, principalmente, que desejes desejar, que te permitas desejar, pois o desejo é vigoroso e gratuito, o desejo é inocente, não reprima teus pedidos ocultos, desejo que desejes vitórias, romances, diagnósticos favoráveis, mais dinheiro e sentimentos vários, mas desejo, antes de tudo, que desejes, simplesmente.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Voltei!

Escutei de um amigo semana passada o seguinte: "Tenho passeado pelo seu blog, mas faz tempo que não andas por lá..." . Pois é Dilmo, querido, havia perdido o encanto por este espaço, mas hoje deu vontade de retornar aqui e escrever algo que me tocou profundamente.

Há alguns anos, duas amigas repetem a mesma coisa, dizem que devo ter algum problema por não me sentir merecedora do que conquisto. Concordo com elas. As vezes somos assim, e achamos natural sermos assim. Precisamos desconstruir isso, sabermos reconhecer e aceitar o que de bom plantamos e colhemos. Podem até pensar em chamar isto de vaidade, prefiro chamar de "presente".

Hoje é um dia muito especial, estou sentindo que o Grupo Bancários e Bancárias pela Vida, que ajudei a construir, está retomando o debate da saúde na categoria. E mais feliz fiquei foi ao receber a ligação de uma dirigente que está articulando uma reunião com eles nos próximos dias. Ela ligou e disse: "Menina, voce tem mel, só pode..." eu não compreendi mas depois veio a explicação. Ela está fazendo as ligações convidando as pessoas que estiveram próximas ao trabalho que realizei no Sindicato para um "papo" e todas elas elogiaram o trabalho que realizei, a importancia de estarem unidas e a necessidade do grupo retomar os debates.

Estou feliz, pois tudo o que transmiti a eles permanece vivo em seus corações depois de quase um ano de minha saída do Sindicato, durante o tempo que estivemos juntos pedia que olhassem o companheiro e a companheira nos olhos e percebessem que a dor que eles sentiam era a mesma dor daquele que estava ao seu lado no dia a dia das Agências.

Que o assédio moral que sofreram, e que naquele momento sabiam o que haviam passado, era uma prática perversa de gestão e que a vida deles não se resumia a trabalho, horas extras, metas, negócios, vendas. Jamais esquecerei cada rosto que entrava na minha sala e depois de quase uma hora de papo saía com a certeza de ter encontrado alguem que entendia o que estava passando, que o escutou com respeito e cumplicidade e fez enxergar que o monstro que assombrava seus dias e suas noites chamava Assédio Moral.

Quando sou chamada para falar de assédio moral, afirmo com todas as letras, a vítima de assédio moral no trabalho quando se reconhece e compreende o processo que a levou a adoecer, quer e busca apoio para transformar o ambiente de trabalho e colocar fim a esta violência invisivel aos olhos mas muito concreta a dignidade humana.

E este Grupo, de trabalhadores e trabalhadoras, que nasceu dentro do Sindicato dos Bancários de Fpolis, de uma necessidade solicitada por eles mesmos, vítimas de toda a barbárie do processo produtivo e vítimas do próprio descaso do Sindicato que deveria ter dado continuidade ao trabalho. Hoje, estão ajudando a construir uma alternativa de oposição aqueles que lhes deram as costas.

Esta é a prova, a conscientização ainda é o melhor caminho para desconstruir o que nos é colocado como Natural e confesso, estou extremamente feliz com este resultado!

E por esse motivo, amigo Dilmo, eu voltei!! Quero muitos outros "presentes" como este!!

Violência contra a Mulher - SC 2014