segunda-feira, 13 de abril de 2015

Exemplo do que é essa tal terceirização




Afinal, o que é essa tal terceirização? Vou trazer um exemplo bem especifico para ilustrar o que esta palavra representa na vida de trabalhadores e trabalhadoras.

Lembram  quando as empresas de telecomunicações ainda eram públicas e tinham escritórios para o atendimento de seus clientes? 

Sabíamos que se tivéssemos algum problema com a conta do telefone, ou transferência de linha, existia aquele espaço de diálogo entre empresa e cliente.

Com a privatização das telecomunicações e com o advento das novas tecnologias, as empresas de telecomunicação "modernizaram" o atendimento de seus clientes com a criação de centrais de atendimento.

São centrais que podem estar fisicamente em qualquer lugar do mundo, através de empresas terceirizadas. As centrais foram criadas com o objetivo de optimizar o trabalho, melhorar  o acesso aos serviços, agilizar respostas as demandas, universalizar o acesso.

Esta ação acabou com a relação direta entre empresa e cliente, passou o controle de seus dados e informações para uma outra empresa, que presta serviços a outras empresas, se utilizando de seus dados e ganhando com isso. 

O atendimento dos clientes das telecomunicações passou a ser feito por telefone, com gravações e opções de atendimento. Em um ultimo momento há a possibilidade de diálogo com uma operadora de teleatendimento.

Esta operadora de teleatendimento, é uma trabalhadora terceirizada. Com todas as formas imagináveis de precarização, sem condições seguras e saudáveis de trabalho. Péssima remuneração. Controle total de seus horários, inclusive de acesso a banheiro e alimentação.

Quero perguntar: 

Esta "modernização" no atendimento trouxe algum benefício para os clientes? Esta forma de contrato traz ganho a quem? Ao trabalhador? A empresa contratada? A empresa contratante? Ao cliente?

Só quem ganha com a terceirização é a empresa que contrata.  Sem vínculo, sem responsabilidade, sem compromisso com trabalhadores e trabalhadoras. É o dono do capital ganhando mais, cada vez mais.


Com a terceirização: 

Os contratos existem mas não são respeitados, burlar a legislação virou hábito, a perda dos benefícios indiretos como planos de saúde, alimentação e transporte; aumento de ritmo, controle mais rígido, monitoramento e intensificação de metas inalcançáveis, aumento da jornada, acúmulo de funções, rotatividade, exposição alta a riscos; não há políticas de treinamento aos terceirizados, falta informação para os riscos, falta medidas protetivas de trabalho, terceirizados se sujeitam aos riscos para não serem demitidos; há uma autonomia outorgada, controlada, consentida e obrigatória, onde a relação interempresas no âmbito da terceirização, diz respeito a um movimento de concentração e atomização dos aparelhos produtivos e se constitui numa estratégia utilizada pelas empresas para a expansão da subcontratação em cascata, exemplo: algumas cooperativas, empresas “filhotes” ou do “eu” sozinho.



Segundo DIEESE: 



Entre 2010 e 2013, nas 10 maiores operações de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão, quase 3.000 dos 3.553 casos envolviam terceirizados.
No caso de óbitos durante o serviço no setor elétrico, em 2013 perderam a vida 61 terceirizados, contra 18 empregados diretos. Na construção de edifícios, foram 75 falecimentos de terceirizados num total de 135 mortes.
Nas obras de acabamento, os terceirizados foram 18 do total de 20 óbitos, nas de terraplanagem, 18 entre 19 casos e nos serviços especializados, 30 dos 34 casos detectados.





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