domingo, 27 de maio de 2012
Tenho Fome de Amor!!
Após ouvir a entrevista abaixo, não resisti e vim escrever um "cadinho"... Nestes ultimos dias vivi intensas emoções, e que mexeram muito comigo.
A Comissão da Verdade, assinada na presença de todos os ex presidentes pós ditadura. A Lei de Acesso a Informação e a I CONSOCIAL que afirmam "queremos transparencia da coisa publica", a PEC do Trabalho Escravo e o basta a situação de "casa grande e senzala".
A mobiliazação em torno da Marcha das Vadias, com a participação massiva de jovens e adolescentes dizendo um basta a violência contra as mulheres, um basta ao machismo. A CPMI da Lei Maria da Penha cobrando a omissão dos estados com relação a implementação da Lei.
O Movimento VETA Dilma, com milhões de brasileiras e brasileiros defendendo nossas florestas. O Programa "Brasil Carinhoso" e a noticia do novo Programa "O Brasil que Protege", que cuida nossas crianças de forma a assegurar uma vida digna e o direito a viver saudavelmente a sua infancia.
Todas estas conquistas tem a cara das mulheres, são bandeiras do movimento feminista, e só estamos avançando porque estamos rompendo com o silencio e com a naturalização da violencia. Quando identificamos e damos visibilidade as desigualdades, enfrentamos todas as formas de violência.
Mas precisamos avançar ainda mais e penso que está na hora de pedirmos ao Brasil mais amor, mais afeto, mais olho no olho, mais importar-se, mais colocar-se no lugar do outro ou da outra.
Ontem, conversando com meu filho de 22 anos sobre corrupção, ele disse com todas as letras: "Mãe, não adianta Lei, não adianta investigação, não adianta justiça, a corrupção não vai acabar no nosso país ou em qualquer outro lugar. As pessoas estão corrompidas e corrompem. Corrompem quando tentam educar os filhos por meio de chatagens, quando furam filas, quando não devolvem o troco errado, quando tentam passar a perna em outro para se dar bem. É isso que se vê todos os dias. Gente vendendo voto, gente devendo pra mais de 10 anos pra sustentar aparencia".
E agora, depois de um domingo junto a amigos, amigas, mãe, mana, filhos e sobrinhas, avaliando tudo o que escrevi acima e ouvindo esta bela entrevista da Deputada Erika Kokay, penso que são séculos e séculos de história construída em bases de discriminação e preconceito, sem respeito ao outro, a vida do outro, a escolha do outro.
Durante anos nossos sonhos e desejos foram capturados de nós, tirados, arrancados. E esta desumanização gerou mais e mais violencia, pois quando nos tiraram o direito de sonhar, nos tiraram a esperança, o amor, a solidariedade, nos tiraram o respeito por nós mesmos, nos tiraram a vida.
Está mais do que na hora de rompermos este ciclo que vem desde a escravidão, precisamos reconhecer as feridas que ainda sobrevivem, tratá-las com politicas efetivas, iniciando uma nova cultura, a cultura da paz, da solidariedade, do amor.
Com o Direito de Amar, de sermos plenos, inteiros, intensos.
Transcrevo abaixo um pedacinho da fala da Deputada, quem acompanha meu blog, vai perceber o muito que tem de mim nesta entrevista. Leia o artigo que escrevi sobre Assédio Moral no Trabalho, aqui. Eu acredito na transformação à partir do Amor.
Eu acredito que não podemos mais, ou melhor, não nos cabe mais, sermos indiferentes, precisamos urgentemente desnaturalizar o que está colocado como natural.
Nossos corações não podem mais ser indiferentes a tudo o que está colocado.
Rompam-se os ciclos!!
Entrevista -> Veja aqui
“Em breve serão lançados o Brasil Que Protege, o Viver Sem Limite. Ao lançar o enfrentamento à pobreza extrema trabalha com uma lógica de resgatar a humanidade que está em risco nesta etapa da nossa história, porque eu diria que a gente vive de certa forma um dilema shakespeariano de ‘se ou não ser’. Portanto, a comissão da verdade significa o quê? Mergulhar na nossa história pra poder fechar os ciclos, tirar a ferocidade de uma ditadura que se mede também por quanto ela ainda está no nosso cotidiano, significa a gente conhecer a nossa história pra que nós possamos enfim inaugurar um processo de justiça absoluta e a PEC do trabalho escravo vem na mesma linha. A PEC do trabalho escravo, a CPI da exploração sexual, o enfrentamento do tráfico de pessoas, a violência contra a mulher, isso que está em curso na Câmara e no Congresso são absolutamente fundamentais pra que nós possamos romper essa desumanização. Penso que, quando nós vimos por exemplo, pessoas em situação de rua serem assassinadas, aqui em Brasília duas delas foram queimadas, eu penso que antes de se riscar o fósforo elas foram desumanizadas simbolicamente. Submeter um trabalhador à condição análoga a da escravidão é desumanizá-lo, submeter uma criança a lógica de exploração sexual, de violência sexual não respeitando a fase peculiar do desenvolvimento da sua sexualidade, seus direitos sexuais, humanos, também é desumanizá-la. Então há um desafio de romper a lógica da desumanização, resgatar os espaços pra vivência das identidades, romper umas cultura de espetacularização que está em curso”. (Deputada Erika Kokay)
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